ICNF deu parecer favorável condicionado para obras em cascata do Gerês

Sujeitas a um conjunto de requisitos
Foto. CM Terras de Bouro

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) emitiu parecer favorável condicionado para as obras na Cascata do Tahiti, no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), em Terras de Bouro, com início previsto para a próxima quinta-feira.

Em resposta escrita enviada esta terça-feira, o Conselho Diretivo do ICNF revelou “ter emitido parecer favorável condicionado à proposta de intervenção apresentada pela Câmara Municipal de Terras do Bouro, sujeitando ao cumprimento de um conjunto de requisitos que visam a minimização do impacto causado pela intervenção”, mas não pormenorizando quais são os requisitos.

“A proposta de intervenção permitirá o ordenamento e a melhoria das condições de visitação à Cascata de Barjas [nome da mais conhecida Cascata do Tahiti, em Ermida, Vilar da Veiga, Terras de Bouro], minimizando o impacte da presença humana sobre os valores naturais existentes, bem como eventuais riscos associados à utilização de uma área de afloramentos rochosos, ao mesmo tempo que contribuirá para melhorar as condições de resgate e socorro em caso de acidente”, como refere o ICNF.

O início das obras está previsto para a próxima quinta-feira, dia 01 de agosto, começando pela vedação integral dos acessos aos penedos e lagoas da Cascata de Várzeas, no sítio de Fecha de Barjas, do lugar da Ermida, em Vilar da Veiga, a maior freguesia de Terras de Bouro, a meia dúzia de quilómetros de Montalegre, por onde passa o rio Arado, oriundo do alto da Serra do Gerês.

As obras de intervenção profunda para a cascata pretendem proporcionar mais segurança visando a visitação, segundo afirma o presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro, Manuel Tibo, justificando-as dado o elevado número das ocorrências.

De acordo com a autarquia geresiana, nos últimos dez anos houve 80 acidentes com utilizadores das cascatas, não só do Tahiti, como em outras principais cascatas de Terras de Bouro, designadamente do Arado, da Portela do Homem e também da Rajada.

A profunda intervenção prevista para este local protegido do único parque nacional português não é aceite por todas as partes, tendo a Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade (FAPAS) emitido um comunicado contra aquelas obras.

Em resposta, Manuel Tibo afirmou que “quem manda em Terras de Bouro são os terrabourenses” e que “muito antes de existir a FAPAS já os terrabourenses sabiam cuidar do nosso território”, reiterando que após as obras “ficará mais seguro e melhor”.

 
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