A presente edição da I Liga de futebol é a que regista o menor número de guarda-redes portugueses titulares na última década, confirmando uma tendência de quebra que se tem agravado nas últimas três temporadas.
Desde 2015/16, o principal escalão não tinha tão poucos guardiões entre as primeiras opções dos 18 emblemas que participam na competição, sendo que, esta época, apenas Diogo Costa (FC Porto) e Ricardo Velho (Farense) são as exceções de uma aposta maioritariamente estrangeira.
Outro português que poderia entrar nestas contas seria Bruno Varela, do Vitória de Guimarães, mas o guardião formado no Benfica tornou-se internacional cabo-verdiano há cerca de um ano, após ter representado as seleções jovens lusas e até ter sido chamado aos ‘AA’, embora sem nunca se estrear.
Na presente edição, há menos dois ‘keepers’ portugueses do que nas duas anteriores, sendo nestas três que se registou a menor aposta na última década.
Em 2022/23, Diogo Costa, Bruno Varela (ainda enquanto selecionável português), Dani Figueira (Estoril Praia) e Marafona (Paços de Ferreira) eram os representantes nacionais, enquanto em 2023/24, além do guardião dos ‘dragões’ e dos estorilistas, havia Ricardo Velho (Farense) e João Gonçalves (Boavista).
Nos derradeiros 10 campeonatos, incluindo o atual, os de maior ‘fulgor’ português nas balizas foram de 2015/16 e 2017/18, a primeira com maioria nacional, com 61%, e a segunda com 50%, em total contraste com os 11% do presente exercício.
Rui Patrício (Sporting), Marafona (que deixou o Paços de Ferreira e rumou ao Sporting de Braga a meio da temporada), Miguel Silva (Vitória de Guimarães), Mika (Boavista), Rui Silva (Nacional), Cláudio Ramos (Tondela), Pedro Trigueira (Académica), Ventura (Belenenses), Ricardo Nunes (Vitória de Setúbal) e André Moreira (União da Madeira) foram os 11 representantes lusos em 2015/16.
Já em 2017/18, Rui Patrício, Miguel Silva, Cláudio Ramos e Ricardo Nunes (já no Desportivo de Chaves) eram repetentes, aos quais se juntaram Bruno Varela (Benfica), Moreira (que acabaria por perder o lugar para o brasileiro Renan Ribeiro no Estoril Praia), Ricardo Ferreira (Portimonense), Mário Felgueiras (Paços de Ferreira) e Cristiano Figueiredo (Vitória de Setúbal).
Nesta última década, a aposta dos clubes tem recaído sobretudo em guarda-redes brasileiros, havendo, neste periodo, sempre um mínimo de oito ‘goleiros’ titulares, com exceção de 2015/16, em que eram três, e 2019/20, com seis. Pelo meio, em 2018/19, os brasileiros eram titulares em metade dos clubes, ou seja em nove.