Declarações dos treinadores após o Moreirense – FC Porto (4-2), jogo da 16.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos:
Ricardo Soares (treinador do Moreirense): “Vi claramente [a equipa bem], principalmente nos primeiros 30 minutos. Entrámos bem. Fizemos o primeiro e poderíamos ter feito o segundo pelo Pedro [Nuno]. Tivemos um golo anulado que nos poderia ter dado o 2-0. A partir dos 30 minutos, o FC Porto, fruto da sua qualidade, criou-nos algumas dificuldades, as quais estávamos à espera. O jogo de hoje define-se pelos detalhes. O FC Porto foi melhor aí. Fez dois golos muito rapidamente. Ainda fomos ao 2-2. Houve uma grande primeira parte da minha equipa. Chegámos empatados ao intervalo, mas a vitória assentava-nos bem.
Na segunda parte, a nossa equipa não esteve ao nível que queríamos e, com as substituições, o FC Porto ainda ficou mais forte. Sofremos o 3-2 num detalhe e tudo ficou mais difícil. Na segunda parte, tínhamos de colocar mais o FC Porto em sentido. Não conseguimos. Ao dar a bola ao FC Porto, tudo ficou mais difícil para nós.
Tivemos uma grande organização defensiva nos primeiros 30 minutos. O FC Porto teve grandes dificuldades. Não teve nem jogo exterior, nem jogo interior. Não criou ocasiões. Nós saímos com grande critério. Temos de trabalhar muito para manter a organização defensiva e as saídas em velocidade para o ataque por mais tempo ao longo de um jogo. Precisámos de mais tempo para que este processo [de jogo] seja assimilado”.
Sérgio Conceição (treinador do FC Porto): “Foi um jogo difícil, um jogo onde entrámos mal. Nos primeiros 10, 15 minutos falhámos passes fáceis. Estivemos algo desconcentrados, algo intranquilos. Não havia razão para isso; o jogo foi bem preparado. O adversário entrou bem. Aos três minutos fez o golo, e isso motivou-os e dificultou a nossa tarefa. Dos 15 aos 44 minutos, estivemos fantásticos. Houve grande agressividade da minha equipa e chegámos ao golo por duas vezes. Depois, acontece mais um golo caricato, para não falar do primeiro, que também foi algo estranho.
Isso [segundo golo] podia abalar o estado emocional da equipa. Ao intervalo, corrigimos algumas posições por causa do equilíbrio. Na segunda parte, fizemos dois golos e tivemos mais uma ou outra ocasião. Não me lembro de nenhuma do Moreirense. Foi uma vitória difícil, justa.
Não olhámos para o histórico [para dizer se o FC Porto é o melhor da época]. Percebemos que cada jogo tem a sua história, a sua vida e tem momentos diferentes de todos os outros que passaram. Temos uma fase de resultados interessante, mas temos muitas coisas a melhorar. Os jogos vão-nos dando coisas positivas, negativas. É normal cometermos alguns erros contra adversários que têm a sua qualidade. Os pontos estão difíceis.
Temos de ir à procura dos resultados [na luta pelo título]. Estamos quatro pontos atrás do rival [Benfica, primeiro classificado]. Não nos podemos dar ao luxo de perder pontos. Mas isso faz parte de representar um clube grande, que luta por títulos. Quanto às estatísticas, olhamos para o trabalho diário, com o objetivo de melhorar cada vez mais a equipa. É sempre melhor trabalhar em cima de vitórias. Queremos a perfeição, mas não é possível. Não dependemos de fatores externos para fazer o nosso trajeto e alcançarmos o que queremos, títulos no fundo.
Tenho de me focar na equipa do FC Porto [após questão sobre a maior atividade do Benfica no mercado de transferência em curso]. Vou olhar para o Benfica quando tivermos o nosso jogo no [Estádio do] Dragão [20.ª jornada]. Para o FC Porto, o ‘mercado’ foi feito no início da época e estamos contentes como estamos”.