A Irmandade da Penha, em Guimarães, anunciou que o Hotel da Penha, que deixou de receber hóspedes há cerca de cinco anos, vai ser recuperado, agregando Spa e sala de eventos para casamentos, perseguindo a designação de “4 estrelas”. Atualmente funciona apenas como restaurante.
A reabilitação está a cargo de Noé Diniz, arquiteto portuense que ali tem feito intervenções nos últimos 40 anos.
Entre as novidades destaca-se a orientação do hotel para o campo do turismo de saúde e bem-estar, passando a funcionar com um SPA, e com uma sala de eventos que pretende recuperar a memória da realização dos eventos ritualísticos e festivos, como casamentos e batizados. Uma sala de conferências e uma piscina também estão no projeto, que irá manter as fachadas.
Segundo a irmandade, “no projeto de requalicação, Noé Diniz seguirá as linhas mestras do arquiteto Raul Lino, autor do desenho original, possibilitando que a “intervenção” preserve “a memória do Hotel”.
Para o arquiteto, “quando estiver pronto não se irá notar que foi alterado”, uma vez que as “alterações dar-se-ão mais ao nível do interior e da reorganização dos espaços.
O hotel que perseguirá as quatro estrelas, explorará também a natureza ambiental e local de “bons ares” que caracterizou a procura durante longos anos no passado. A sala de conferências constituirá um espaço capacitado para o campo da cultura.
Já o espaço exterior contará com uma piscina e área social voltada para a cidade. “Toda a fachada do hotel será recuperada e o edifício irá manter a sua volumetria e o seu aspeto atual”, refere o arquiteto.
Construído em 1823, o único espaço da Penha para receber
estrangeiros era considerado uma vergonha sendo denunciada pela imprensa da época. Em 1923, logo após a tomada de posse, a Comissão de Iniciativa intimou a Irmandade a proceder à “reedificação da casa do hotel”.
Embora estivesse planeado um Grande Hotel, Casino e Salão de Chá, a crise financeira limitou os anseios e a Irmandade optou por uma edificação sem exuberâncias.
Nasceu então o existente hotel de 21 quartos e um restaurante com uma vista privilegiada sobre a cidade de Guimarães.
Atualmente, o espaço funciona apenas como restaurante.
Sobre a futura requalificação, Roriz Mendes, presidente da irmandade, disse ser “uma pessoa de fé” que sempre acreditou “que com visão, vontade política e bom senso a situação se resolveria”.