Guimarães: Açúcar escondido em alimentos comuns é risco para a diabetes

Dia Mundial da Diabetes

O Hospital Senhora da Oliveira (HSOG) assinalou, este domingo, o Dia Mundial da Diabetes. Uma ação de sensibilização no Guimarães Shopping, informava, quem ia passando, sobre a quantidade de açúcar presente em alimentos, muitos deles de uso quotidiano. Em alguns casos a reação das pessoas era de admiração.

Uma embalagem de maionese, ou um frasco de ketchup têm açúcar, estas eram situações que deixavam as pessoas menos informadas de boca aberta. Entre os mais esclarecidos estavam os diabéticos que também paravam para conversar com as enfermeiras. 

Isabel Martins, enfermeira na consulta de diabetologia do HSOG, destaca a importância de ler os rótulos, “muitas vezes, quando nas embalagens anunciam açúcar zero, há um aumento das gorduras, para preservar o sabor”.

As quantidades de açúcar traduzidas em pacotes, uma imagem vale mais que mil palavras. Foto: Rui Dias / O MINHO

No caso de alguns dos refrigerantes mais conhecidos, as enfermeiras tinham para mostrar a bebida original e a alternativa light. Isabel Martins não hesita, entre o refrigerante original e o sem açúcar, a alternativa isenta de açúcar é a ideal.

A banca, junto às enfermeiras, apresentava vários alimentos e o açúcar presente em cada um, traduzido em pacotes. De uma tablete de chocolate de leite para outra de chocolate negro (75% cacau), a diferença é de menos dez pacotes de açúcar. Visto tem mais impacto do que dito várias vezes.

“O facto de as pessoas verem a quantidade de açúcar presente em alimentos, alguns dos quais levamos, no dia a dia, para os nossos lanches e das nossas crianças, leva-as a refletirem um bocadinho sobre as opções”, avalia Isabel Martins.

As enfermeiras ensinaram as famílias a interpretar os rótulos. Foto: Rui Dias / O MINHO

Estefânia Miranda, enfermeira no Serviço de Pediatria do HSOG, chama a atenção para bebidas que são vendidos como água (com aroma) e que, na verdade, têm uma enorme quantidade de açúcar. 

Nas crianças, a diabetes mais comum é a tipo I (em que é o próprio corpo que ataca o pâncreas e o impede de produzir insulina), mas os hábitos adquiridos na infância são muito importantes para prevenir a diabetes tipo II, no futuro.

Uma preocupação, na consulta de Pediatria, explica Estefânia Miranda, são as crianças com excesso de peso que são seguidas numa consulta própria. “Trata-se de educar os pais porque não é a criança que faz compras”, alerta Estefânia Miranda. A obesidade é um fator que predispõe as crianças ao desenvolvimento da diabetes na idade adulta.

Para Ana Luísa Bastos, enfermeira diretora do HSOG, este dia serve para alertar para a importância do diagnóstico precoce e para a necessidade da adoção de estilos de alimentação saudáveis.

Ana Luísa Bastos, enfermeira diretora do HSOG. Foto: Rui Dias / O MINHO

O HSOG segue, na sua consulta de Diabetologia, cerca de cinco mil doentes a que se juntam 80 crianças com diabetes tipo I. Este ano comemoram-se 100 anos sobre a data em que, na Universidade de Toronto, no Canadá, conseguiram isolar a insulina. Até essa data, não havia nenhum medicamento para esta doença mortal. A única forma de combater a doença, até essa altura, era através de dietas muito rigorosas.

 
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