Homicídio na Póvoa de Varzim por roubo de meia tonelada de cocaína

Execução de “Rafinha”, o 11.º assassínio depois da “banhada” da droga
Homicídio na póvoa de varzim por roubo de meia tonelada de cocaína

O homicídio no domingo de um narcotraficante, na Póvoa de Varzim, teve a ver com o roubo de meia tonelada de cocaína, no Brasil, no ano de 2022, que desencadeou uma guerra sem quartel, com o total de onze assassínios, entre os quais uma grávida.

O rol de homicídios, todos cometidos com armas de calibre de guerra, insere-se na “luta pelo território”, segundo um relatório do Núcleo da Região Metropolitana de Curitiba da Divisão Estadual do Paraná de Investigação a Narcóticos da Polícia Civil.

Aquele departamento policial desencadeou já no verão de 2024 uma operação, com dezenas de detidos, liderada pelo delegado Victor Loureiro, investigando-se uma sequência de assassínios, naquela que mais parece uma típica série viciante da Netflix.

“Rafinha”, de 35 anos, assassinado Póvoa de Varzim, teria pago com a sua vida o não ter “protegido” um amigo, Eder Fabiano Meneguetti, suspeito pelo roubo de 500 quilos de cocaína, no Porto de Paraguaná, do Estado do Paraná, no Brasil, já em 2022.

A vítima do roubo da meia tonelada destinada a Itália, Marcos Silas, detido, entretanto, “condenou” logo, à morte, Eder e quem o apoiasse, caso em dez dias não lhe devolvessem toda droga, com mais uma “multa” de 200 mil reais (cerca de 30 mil euros).

Eder, que era amigo de infância de Rafael Lourenço (“Rafinha”) e de Bruno Felisbino (“Negão”), não devolveu a cocaína nem pagou a “multa”, enquanto estes dois amigos, os líderes da rede de narcotráfico “Fantasmas do Cajuru”, colocaram-se de lado.

Amigos de Eder tentaram evitar que fosse cumprida a “pena de morte”, mas, entretanto, foi morto com dezenas de tiros Marcos Silas, que era Alessandro Aparecido, executado com a sua mulher, Dephane Yasmin, já grávida, na noite 7 de maio de 2022. 

Mesmo assim, a “pena de morte” contra Eder Fabiano Meneguetti seria cumprida, na noite de 20 de maio de 2022, vitimando também mortalmente a sua mulher, Lais Letícia do Prado, ambos executados dentro do carro, com dezenas de tiros, em Cajuru.

Com o assassínio de Eder e da mulher, a ira dos amigos virou-se então contra os dois líderes da rede de narcotráfico “Fantasmas do Cajuru”, Rafael Lourenço (“Rafinha”) e Bruno Felisbino (“Negão”), por acharem que teriam revelado o paradeiro de Eder.

Em 28 de março de 2024 “Rafinha” e “Negão” foram a um centro comercial e enquanto o primeiro se demorou a comprar uns chocolates, o segundo foi surpreendido no parque de estacionamento e assassinado, com pelo menos 20 tiros, à queima-roupa.

Nessa ocasião, Rafael Lourenço (“Rafinha”) fugiu para Portugal, temendo ser a próxima vítima, ao mesmo tempo que escapou mais tarde à prisão, aquando da operação “Fantasmas do Cajuru, desencadeada no verão de 2024, pela Polícia Civil do Paraná.

Logo no dia a seguir à execução de Bruno “Negão”, um amigo de Eder, de nome Paulo, mandou festejar a morte de “Negão”, com foguetes lançados todo o dia em Cajuru, o terceiro maior bairro do Paraná, tendo sido assassinado por tomar tal iniciativa.

Série de homicídios a tiro

A 24 de setembro de 2023, outro casal foi executado quando seguia a pé na rua, por Rómulo “Bem Bom”, bastante ligado a “Rafinha” e a “Negão”, gravado por câmaras de vídeo-vigilância a disparar fatalmente contra Aparecido Souza e Rosani Lopes.

Hélder, depois de Paulo, aquele que tinha com este festejado com foguetes o assassínio de Bruno “Negão”, viria a ser morto a tiro, quando se preparava para obter uns documentos, de forma fraudulenta. Agora foi a vez de “Rafinha” na Póvoa de Varzim.

Rafael Lourenço, de 35 anos, deixou viúva e órfãos de pai três filhos, todos de menor idade. Moravam em Odivelas desde abril de 2024, mas estavam de férias na Póvoa de Varzim, aguardando-se a transladação do corpo, para Curitiba, onde será sepultado.

A família da vítima aguarda que depois da autópsia, na Delegação do Porto do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, o corpo de “Rafinha” lhes seja agora entregue, através de uma agência funerária, para seguir num avião para o Brasil.

As investigações criminais estão a cargo da Brigada de Homicídios da Diretoria do Norte da Polícia Judiciária, sediada no Porto, lideradas por uma inspetora-chefe com muita experiência em casos de banditismo, homicídios, tráfico de droga e roubos.

 
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