O Tribunal de Braga marcou para dia 20 a audição das duas últimas testemunhas do julgamento de Manuel Fidalgo que terá assassinado a mulher, por estrangulamento, em março de 2019, no restaurante de Salamonde, Vieira do Minho.
Nesse dia, é previsível que haja tempo para que o Ministério Público e os advogados das partes façam as declarações finais.
Na última sessão, Sílvia Cabrita, uma antiga funcionária, negou aos juízes, em declarações por videoconferência, que o casal se desse mal, e, também, que houvesse agressões entre ambos. A seguir, o presidente da freguesia de Salamonde testemunhou a favor do “bom caráter” do arguido.
A audiência incluiu, também, o visionamento de uma gravação das câmaras de vídeo, através das quais é notório que um homem entrou na zona da lavandaria, onde o crime ocorreu, depois de o arguido ter saído e abandonado o local de carro, tendo ali estado cerca de dez minutos. A sua identidade continua por apurar.
Acusação
A acusação diz que o arguido, António Manuel Fidalgo, de 45 anos, – em prisão preventiva – , motorista de profissão, terá “apertado o pescoço” da mulher, Ana Paula, de 41 anos, “com o que lhe causou a morte por asfixia”. O alegado crime ocorreu, supostamente por razões amorosas, no dia 7 de março de 2019, pelas 21 horas, na lavandaria da pensão/restaurante que ambos exploravam no local.
A morte da mulher ocorreu um dia antes de o casal assinar escrituras sobre bens que possuíam em conjunto, um ato preparatório do divórcio.O Ministério Público especifica que, ao fim da tarde, o arguido chegou ao restaurante e encontrou, atrás do balcão, um homem de nome Jorge, que pensava ser amante da mulher, e que é testemunha no processo. Pelas 20h00, numa discussão – na lavandaria – sobre as desavenças que mantinham por causa dele, o arguido, desagradado, e com ciúmes, “colocou-lhe as mãos no pescoço, e apertou-o com força, impedindo-a de respirar. Até lhe tirar a vida”.
O alegado homicida casou com a vítima em agosto de 1998, e dela teve dois filhos.
Ao MINHO, o seu advogado, João Magalhães, disse que as imagens das câmaras de vídeo do restaurante mostram que, a ter havido homicídio, ele não foi premeditado: “se fosse tudo pensado não teria demorado 40 minutos no local, como demonstram as gravações; tinha entrado e saído, depois de a matar”.