Homicídio em Vieira do Minho: Acusação quer ouvir alegado hóspede visto na videovigilância

Violência doméstica

A advogada que representa a família da mulher, Ana Paula, de 31 anos, supostamente assassinada pelo marido, Manuel Fidalgo, de 45, por estrangulamento, em março de 2019, no restaurante/residencial que ambos possuíam em Salamonde, Vieira do Minho, pediu ao Tribunal de Braga que fosse ouvido como testemunha o homem que as câmaras de vídeovigilância gravaram a entrar no local, na noite do crime, pouco depois de dali ter saído o alegado assassino.

Na última sessão, e conforme O MINHO relatou, o Tribunal visionou, a pedido do advogado de defesa, João Magalhães, as imagens – que não constavam das que a Polícia Judiciária anexou ao processo – onde se vê o homem a entrar, e a sair, 15 minutos depois, da lavandaria, ou seja, do local onde o assassínio terá ocorrido.

O jurista pretendeu demonstrar que a investigação da PJ foi incompleta ou – nos seus termos – “balizada”, e que o mesmo sucedeu com a acusação, onde não constava o relatório da autópsia à vítima. E a presença do homem no local podia significar – subentendia-se na posição da defesa – que não haverá dados seguros de que foi o Manuel Fidalgo quem matou a Ana Paula.

De seguida, a advogada da família veio pedir a sua audição, dizendo ser o vulto, um hóspede da pensão, que estava alojado num quarto situado junto à lavandaria e daí o facto de ter sido gravado a entrar e a sair do local.

Defesa contesta

Em resposta, a defesa contesta: “Temos uma investigação “balizada”; um detido que tem telemóvel depois de preso; um relatório de autópsia que não integra a acusação e cujas assinaturas são irregulares; um suspeito cuja exclusão não foi validada pelo Ministério Público; um outro suspeito que o Ministério Público quer ouvir como testemunha”.

E concluindo, afirma: “Temos por isso a certeza de que o novo suspeito, descoberto pela defesa e supostamente identificado pelos Assistentes, irá depor afirmando que é ele e que não foi ele.

Por isso, impõe-se que o Tribunal aja no sentido juridicamente legal da descoberta da verdade que uma investigação balizada não produziu”.

Acusação

A acusação diz que o arguido, António Manuel Fidalgo, de 45 anos, – em prisão preventiva – , motorista de profissão, terá “apertado o pescoço” da mulher, Ana Paula, de 41 anos, “com o que lhe causou a morte por asfixia”. O alegado crime ocorreu, supostamente por razões amorosas, no dia 7 de março de 2019, pelas 21 horas, na lavandaria da pensão/restaurante que ambos exploravam no local.

A morte da mulher ocorreu um dia antes de o casal assinar escrituras sobre bens que possuíam em conjunto, um ato preparatório do divórcio.O Ministério Público especifica que, ao fim da tarde, o arguido chegou ao restaurante e encontrou, atrás do balcão, um homem de nome Jorge, que pensava ser amante da mulher, e que é testemunha no processo. Pelas 20h00, numa discussão – na lavandaria – sobre as desavenças que mantinham por causa dele, o arguido, desagradado, e com ciúmes, “colocou-lhe as mãos no pescoço, e apertou-o com força, impedindo-a de respirar. Até lhe tirar a vida”.

O alegado homicida casou com a vítima em Agosto de 1998, e dela teve dois filhos.
Ao MINHO, o seu advogado, João Magalhães disse que, as imagens das câmaras de vídeo do restaurante mostram que, a ter havido homicídio, ele não foi premeditado: “se fosse tudo pensado não teria demorado 40 minutos no local, como demonstram as gravações; tinha entrado e saído, depois de a matar”, explicou.

 
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