Pedro Nuno Santos acusou, esta noite, o líder do Chega de se aproveitar do caso do homicídio de um jovem em Braga, no sábado, para “alimentar o ódio em Portugal”.
“Sinto muito pela tragédia em Braga, não consigo imaginar o sofrimento da família daquele jovem. Mas sinto também muito também muito que André Ventura use aquela tragédia para alimentar o ódio em Portugal”, referiu o secretário-geral do Partido Socialista (PS), no debate na corrida às eleições legislativas na CNN/Portugal.
André Ventura introduziu o tema, lembrando a vigília do Chega que juntou 300 pessoas ontem contra a “imigração descontrolada”, na sequência do caso ocorrido junto ao Bar Académico da UMinho.
“Em Braga, houve ontem uma vigília do Chega porque um gangue de brasileiros atacou um rapaz, o Manu, que defendeu mulheres portuguesas que estavam a ser drogadas para ser violadas. Este é o país que o Pedro Nuno Santos nos deixou. É um país de descontrolo”, disse Ventura.
O presidente do Chega defendeu quotas para a imigração e extradição de estrangeiros que cometam crimes em Portugal.
Em resposta, Pedro Nuno Santos disse que o PS é “contra todos os crimes, sejam eles praticados por estrangeiros ou nacionais”.
“A legislação portuguesa tem sanções acessórias que são normalmente aplicadas que levam à expulsão de quem comete um crime em Portugal. Há uma diferença entre nós, eu quero garantir que quem comete um crime em Portugal cumpre mesmo a pena”, sublinhou, contrariando a ideia de extradição dos condenados estrangeiros.
Como O MINHO noticiou, na madrugada de sábado, um jovem de 19 anos foi atacado com uma arma branca à porta do Bar Académico, acabando por morrer no hospital.
O crime registou-se pelas 05:30, na sequência de uma rixa que, segundo fonte da PSP, envolveu cerca de 20 pessoas.
Esta noite, a UMinho anunciou que o Bar Académico vai encerrar por tempo indeterminado.