Homens agrediram e roubaram três pessoas nas ruas de Braga

Estão a ser julgados
Foto: Ilustrativa / Arquivo

Dois homens agrediram e roubaram, em janeiro de 2024, três pessoas nas ruas de Braga, uma delas um homem com 61 anos. E atacaram outro com 15 anos e um terceiro na noite de passagem de ano de 2023/2024. João Filipe D., de 38 anos, e José Carlos P., ambos de Braga, começaram a ser julgados no Tribunal Judicial da comarca, por crimes de roubo e de burla informática e nas comunicações – cometidos em conjunto – mas, o arguido José Carlos D. responde, também, por um crime de roubo agravado, e outro de roubo.

Esta quinta-feira, na primeira audiência de julgamento, o arguido João Filipe – defendido pelo advogado João Ferreira Araújo e que está em prisão preventiva – assumiu perante os juízes a prática dos crimes, justificando-os com o facto de ser toxicodependente e estar numa fase de grande consumo e de, por isso, estar muito perturbado. E mostrou-se arrependido.

O julgamento foi, então, suspenso, para recomeçar segunda-feira, devido à ausência do outro arguido.

Recorde-se que este arguido é um dos 18 que estão a ser julgados no Tribunal de Braga por pertencerem a uma rede de tráfico de droga, gerida, em Braga, por uma mulher de 68 anos, conhecida como “Clarinha”.

Ataque às 03:50 do dia de Ano Novo

A acusação do Ministério Público de Guimarães diz que o primeiro crime foi cometido a 01 de janeiro de 2024, quando, às 03:50, os dois se abeiraram-se de Lucas G., que caminhava pela Avenida da Liberdade, e agarraram-no, arrastando-o para uma área adjacente em obras e sem iluminação.

Aí, João D. manteve-o imobilizado enquanto que o José P. lhe desferiu diversos murros na face e, após, o revistou, retirando-lhe um telemóvel iPhone, valendo 420 euros, uns auscultadores, carteira com documentos e cartões bancários, entre os quais um cartão de débito bancário, e 10 euros. E ainda lhe arrancou uma bolsa, que trazia a tiracolo, contendo uma ‘powerbank’, um perfume, chaves e um carregador do telemóvel, tudo no valor de 60 euros.

Fugiram e, minutos mais tarde, apercebendo-se de que o cartão bancário permitia a sua utilização através do método de ‘contactless’, foram a uma gasolineira na Avenida Frei Bartolomeu dos Mártires, tendo comprado um maço de tabaco.

No mesmo dia atacaram jovem de 15 anos

Nesse mesmo dia, pelas 23:00, o jovem Vicente de C., com 15 anos de idade, dirigia-se para casa, seguindo pela Rua D. Pedro V, em São Vítor, Braga, andando num skate, quando foi interpelado pelo João D. que lhe disse, em tom de voz elevado, que parasse.

Receoso pela sua segurança, não obedeceu, tendo o atacante encetado uma corrida no seu encalço, vindo a alcançá-lo cerca de 50 metros adiante. Aí, o arguido puxou o ofendido Vicente por um braço e pediu-lhe o telemóvel “para fazer um telefonema”, ao que ele respondeu não ser portador de nenhum.

Desagradado com a resposta, o arguido agarrou-o dizendo: “Dá cá o telemóvel ou dou-te uma chinada!”. Ao que este, temendo que a ameaça de ser esfaqueado se concretizasse, de imediato retirou do bolso traseiro das calças que envergava o telemóvel de marca iPhone, valendo 400 euros e entregou-o ao arguido, que fugiu.

Sexagenário atacado a pontapé

Na madrugada de 04 de janeiro, pelas 04:30, um homem, de nome João S., com 62 anos de idade, caminhava pela Rua Orfeão de Braga, quando foi abordado pelo João D., que lhe pediu um cigarro.

A acusação sublinha que, o ofendido “tinha visível compleição física frágil, sendo magro e com fraca massa muscular”.

Como respondeu que não tinha tabaco, o agressor agarrou-o com as mãos e desferiu-lhe um pontapé nas pernas, fazendo com que caísse, desamparado, ao solo.

E o magistrado descreve, ainda: “Com o ofendido assim subjugado e que, temendo pela sua vida e integridade física, nunca ofereceu resistência às investidas do assaltante, este desferiu-lhe diversos pontapés pelo corpo enquanto gritava, repetidamente: ‘Onde é que tens o dinheiro, filho da p*ta?!’”.

Socos na face e no tronco

Como a vítima ia respondendo que não tinha dinheiro nenhum consigo, o arguido foi-lhe desferindo diversos socos na face e no tronco, enquanto o revistava, rasgando-lhe o casaco na busca de bens ou dinheiro.

E acentua o libelo acusatório: “As agressões prolongaram-se por vários minutos até que, por fim, verificando que não era portador de mais que um maço de tabaco, que o arguido lhe retirou e fez seu, colocou-se em fuga”.

Dentro do referido maço encontrava-se ainda um isqueiro, o cartão de cidadão do ofendido, a sua carta de condução e um cartão bancário de débito, tudo de valor não superior a 100 euros, que o arguido igualmente fez seus.

E conclui: “Como consequência direta e necessária da descrita conduta, o ofendido sofreu dores no corpo, hematomas, escoriação no nariz de 1x1cm e palpação dolorosa no joelho direito, que lhe demandaram um período de 5 dias para cura”.

Sucede que o João D. atirou os documentos para o quintal de uma residência sita na Rua Dr. Alberto Cruz, que, por indicação do arguido – após ser detido pela PSP – , foram recuperados e devolvidos ao ofendido.

Ainda, por indicação dele, o telemóvel roubado, que havia sido vendido a um menor de 14 anos, foi recuperado e devolvido ao dono.

 
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