Um homem da Póvoa de Lanhoso estava a ser chantageado por uma mulher que conheceu numa aplicação de encontros para proceder a pagamentos bancários de forma a evitar que fotos íntimas fossem divulgadas.
A mulher e outras três pessoas foram ontem detidas em Lisboa por militares da GNR da Póvoa de Lanhoso por burlas e extorsões através da internet.
A investigação da Guarda iniciou em janeiro deste ano, quando o homem se deslocou ao posto da Póvoa de Lanhoso para dar conta da chantagem de que vinha sendo alvo.
O homem terá trocado fotos íntimas com a mulher e acabou ameaçado de que as mesmas seriam enviadas a familiares e publicadas nas redes sociais caso não procedesse a pagamentos bancários.
A GNR apurou que eram duas as mulheres que procediam a este esquema, existindo ainda outros dois homens cúmplices. As idades dos suspeitos varia entre os 19 e os 38 anos.
No seguimento da investigação, a GNR apurou que as vítimas chegaram a efetuar várias transferências bancárias, ascendendo ao valor de 2.500 euros, tendo sido realizadas quatro buscas domiciliárias, que culminaram na apreensão de cinco telemóveis, diversa documentação e comprovativos de transferências bancárias.
Os quatro suspeitos foram constituídos arguidos e os factos foram remetidos para o Tribunal Judicial de Póvoa de Lanhoso.
A operação contou com o reforço da estrutura de investigação criminal do Comando Territorial de Lisboa e com o apoio da PSP.
A GNR relembra que ao partilhar imagens ou vídeos íntimos de cariz sexual através das redes sociais ou aplicações, estes podem vir a ser utilizados para extorquir dinheiro em troca da sua não divulgação.
Para evitar este tipo de crime, a GNR aconselha para a não tenha material íntimo no seu telemóvel, pois este conteúdo pode ser acedido por terceiros e facilmente divulgado.
Aconselha ainda à não partilha de conteúdos privados, principalmente com estranhos, e à não publicação de fotos íntimas nas redes sociais, pois estas podem vir a ser utilizadas por terceiros.
“Se for vítima, não tenha vergonha e reporte o seu caso às autoridades. Não pague a quantia exigida, não estabeleça mais contactos com esse “amigo virtual” e bloqueie o mesmo das suas redes sociais”, aconselha a GNR.
“Não apague as conversas e imagens, pois podem servir de prova para identificar os agressores. Alerte o administrador da rede social para o informar que essas imagens ou vídeos foram publicados sem o teu consentimento, para que as mesmas sejam eliminadas”, pode ler-se na nota enviada à imprensa.