Viana do Castelo adere ao Quadrilátero Urbano e dá “mais força” à criação de área metropolitana

Organização intermunicipal passa a designar-se Pentágono Urbano
Foto: CM Braga

A associação de municípios Quadrilátero Urbano vai ser rebatizada de Pentágono Urbano, fruto da adesão, hoje concretizada, de Viana do Castelo, que se junta aos “fundadores” Braga, Guimarães, Vila Nova de Famalicão e Barcelos.

Para o atual presidente do Quadrilátero, Ricardo Rio, também autarca de Braga, com este reforço da associação “ganha mais força” a questão da eventual criação da Área Metropolitana do Minho.

“É incontornável dizê-lo, embora também seja importante enaltecer que esse não é o fim deste alargamento e da criação do Pentágono”, referiu.

Para Rio, estes são contributos “que vão solidificando laços, criando parcerias adicionais, tornando cada vez mais articuladas as respostas e as políticas dentro destes territórios”.

“E, obviamente, que isso, mais cedo ou mais tarde, poderá contribuir para a concretização de uma área metropolitana neste território. Eu, como é sabido, sou defensor desse modelo. Há colegas meus que não têm essa visão. Mas, também, quem terá que decidir sobre isso serão os autarcas que vão ser eleitos no final do ano e, portanto, a eles caberá a tomar posição sobre essa matéria”, acrescentou.

Segundo Ricardo Rio, a criação do Pentágono deverá ainda ser visto como “um sinal de alerta” para que os poderes públicos olhem para aquele território “com outros olhos”, para verificarem o potencial que lá existe e o crescimento que ali se tem registado.

“Temos cinco dos vinte concelhos mais exportadores do país, temos só nestes cinco concelhos cerca de 10 por cento das exportações nacionais e 25 por das exportações do Norte. Acho que é um modelo de desenvolvimento que deveria ser replicado noutra escala e que merecia outro apoio das entidades nacionais para potenciar esse mesmo crescimento”, sublinhou.

Rio vincou ainda que a entrada de Viana do Castelo “leva o mar” para o Pentágono.

“O mar é um vetor estratégico para todas as nações, também para a nossa, seguramente, e há novas oportunidades que se podem desenvolver no âmbito da economia azul”, defendeu.

O presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, destacou que os cinco municípios do Pentágono vão equiparar-se aos indicadores da exportação do concelho de Lisboa.

“Isto acho que é um indicador que nos deve posicionar e também nos capacitar para reivindicarmos a visibilidade e o reconhecimento que, naturalmente, estes cinco municípios merecem relativamente ao que é a sua relevância em termos da exportação, da criação de riqueza, da fixação da população, mas também ao nível do que é a atração das novas oportunidades, dos novos agentes de exportação”. referiu.

Para Luís Nobre, está a ser criada “uma grande plataforma crítica”, com escala capaz de reivindicar mais atenção do poder central.

“Para Viana do Castelo, vai mudar certamente muita coisa, que é podermos partilhar e receber e inspirar-nos em toda a experiência e no trabalho desenvolvido nestes 20 anos do Quadrilátero. Para o Quadrilátero, acaba também por ser uma oportunidade, porque esta dimensão atlântica que Viana do Castelo traz acredito que seja diferenciadora, que seja uma oportunidade, essencialmente para preparar o futuro, nomeadamente em domínios como a economia do mar ou a economia azul”, disse ainda.

A formalização do Pentágono Urbano deverá concretizar-se ainda no primeiro semestre deste ano, sendo a mobilidade uma das principais apostas.

 
Total
0
Shares
Artigos Relacionados