António Filipe, histórico militante do PCP, comparou o presidente Ucraniano, Volodymyr Zelensky, que hoje discursa na Assembleia da República, ao neonazi português Mário Machado.
Numa publicação no Twitter, o ex-deputado da Assembleia da República, desde 1989 até este ano, quando falhou a eleição, e atual assessor do partido escreveu o seguinte: “Talvez alguém convide amanhã o Mário Machado para estar presente nas galerias. Os amigos são para as ocasiões”.
Talvez alguém convide amanhã o Mário Machado para estar presente nas galerias. Os amigos são para as ocasiões.
— Antonio Filipe (@AntonioFilipe) April 20, 2022
Recorde-se que o PCP anunciou ontem que não irá assistir ao discurso do presidente ucraniano, marcado para as 17:00 de hoje.
Os comunistas já haviam votado contra a proposta do PAN para que Zelensky discursasse no hemiciclo português através de videoconferência, à semelhança do que o líder da Ucrânia tem feito um pouco por toda a Europa.
“O PCP não participará numa sessão na Assembleia da República concebida para dar palco à instigação da escalada da guerra contrária à construção do caminho para a paz, com a participação de alguém, como Volodymyr Zelensky, que personifica um poder xenófobo e belicista rodeado e sustentado de forças de cariz fascista e neonazi, incluindo de caráter paramilitar, de que o chamado Batalhão Azov é exemplo”, sustentou a líder parlamentar comunista, Paula Santos, em conferência de imprensa, no parlamento.
A deputada acrescentou que a sessão solene será um “ato de instrumentalização de um órgão de soberania, orientado não para contribuir para um caminho de diálogo que promova o cessar-fogo”.
Recorde-se que o neonazi português Mário Machado, que se encontrava a cumprir uma medida de coação de apresentações quinzenais numa esquadra da PSP, foi autorizado, em março, pelo tribunal a ir combater na Ucrânia, uma decisão judicial que causou bastante polémica.
Contudo, Mário Machado acabou por regressar a Portugal, pouco depois, tendo a Ucrânia resusado sua “ajuda”, justificando que “a ausência de condenação por crimes” é um critério-chave para a aceitação de candidatos à Legião Internacional.
“Não queremos indivíduos deste género no nosso país. Queremos impedir a infiltração de elementos criminosos e não confiáveis na Ucrânia e nas suas Forças Armadas”, afirmou, na altura, ao Diário de Notícias, o coronel Sergii Malyk, adido militar da Embaixada da Ucrânia em França.