Histórica têxtil de Barcelos fecha e atira mais de 70 trabalhadores para o desemprego

António Falcão
Foto: Google Maps

A histórica Têxtil António Falcão, em Arcozelo, Barcelos, fechou portas, atirando para o desemprego mais de 70 trabalhadores. A empresa garante a O MINHO que pagou todos os vencimentos devidos aos funcionários. O Bloco de Esquerda já questionou o Governo.

Fundada em 1957, a Têxtil António Falcão dedica-se à produção e comercialização de meias e collants de senhora e criança, fios poliéster e fios oliamida.

A notícia do encerramento foi avançada na edição de hoje do semanário local Barcelos Popular.

Entretanto, o Bloco de Esquerda anunciou ter perguntado ao Governo se este “está a acompanhar a situação e se foi comunicada à Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho algum despedimento coletivo por parte da empresa”.

Em comunicado enviado a O MINHO, o Bloco de Esquerda diz ter tido “conhecimento que a empresa Têxtil António Falcão prepara-se para o encerramento e consequente despedimento dos 77 trabalhadores diretos”. Contudo, questionada pelo nosso jornal, a empresa refere 73 funcionários.

Trabalhadores receberam carta quando estavam de férias

Os bloquistas acrescentam que, “segundo informações, a administração da empresa enviou uma carta aos trabalhadores, que se encontravam de férias, a informar estar a atravessar uma situação económica e financeira complicada teria de encerrar e consequentemente despedir os trabalhadores e que os problemas graves de liquidez comprometem não só o regular cumprimento dos pagamentos acordados no PER, mas também a capacidade de a empresa continuar a assegurar o pagamento pontual das suas obrigações correntes, nomeadamente os vencimentos dos trabalhadores, encontrando-se, assim, comprometida também a manutenção da atividade da empresa”.

O Bloco de Esquerda salienta que, “em 2022, a empresa, teve uma operação de investimento ao abrigo do Programa de Recapitalização Estratégica, do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no valor de 1.620.000 euros. Este programa teve início em junho de 2022 e tem como data de conclusão 31 de dezembro de 2025”.

O partido afirma que “está solidário com estes trabalhadores” e “considera que é precisa uma intervenção do Governo de forma a garantir todos os direitos dos trabalhadores são assegurados”.

Insolvência não afeta outras empresas do grupo

Questionada por O MINHO, a Têxtil António Falcão “esclarece que a decisão de se apresentar a um processo de insolvência relaciona-se única e exclusivamente com a sua própria atividade, que é independente da de qualquer outra empresa” do grupo.

A Têxtil António Falcão salienta que “teve o cuidado de informar os 73 colaboradores da empresa da difícil decisão de recorrer ao referido processo, ciente do impacto indesejado que esta situação terá naqueles e nas respetivas famílias, não obstante ter conseguido pagar as remunerações que se venceram até ao início do processo”.

“O processo de insolvência seguirá, agora, os seus trâmites e ‘timings’ normais, sob a gestão de um administrador judicial”, acrescenta a resposta enviada a O MINHO.

A empresa conclui, ainda, que “todos os bens e equipamentos da Têxtil António Falcão, S.A. permanecem obviamente nas instalações da empresa, não tendo qualquer correspondência com a realidade a referência a retirada de maquinaria da empresa”.

Notícia atualizada às 13h43 com resposta da empresa a O MINHO.

 
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