Vera Nobre, historiadora de arte e escritora, natural de Lisboa, venceu o Prémio Literário Luís Vilaça 2024, com o conto “A guerreira”, inspirado na lenda da Inês Negra, que se desenrola em Melgaço.
Em declarações a O MINHO, a escritora explica que o conto “explora o período do cerco de Melgaço em que D. João I tenta reclamar o castelo, ocupado pelos castelhanos”.
A lenda histórica de Inês Negra despertou-lhe a curiosidade no momento em que preparava um estudo sobre a escultura de José Rodrigues representando Inês Negra, que se encontra à porta das muralhas de Melgaço.
A autora nasceu em Lisboa mas explica que é originária de uma família da cidade raiana de Elvas e as histórias turbulentas relacionadas com a fronteira que ouviu na sua infância sempre alimentaram o seu imaginário. Neste conto, viajou até ao extremo norte do país, à vila de Melgaço, outra localidade raiana, seguindo os passos de Inês Negra, uma lenda local.
Na obra, Vera Nobre “ficciona a vida amorosa de Inês Negra que a coloca em rota de colisão com uma outra mulher, a ‘Renegada’, a qual optou por ficar ao lado dos castelhanos. A tensão entre ambas culmina numa luta, que acabará por selar o destino de Portugal, tal como narra a lenda histórica”.
Licenciada em História de Arte pela Universidade Nova de Lisboa, Vera Nobre trabalha como diretora-editorial na plataforma online Art & Architecture Portugal.