Declarações após o jogo Gil Vicente-Portimonense (1-0), da 19.ª jornada da I Liga de futebol:
– Ricardo Soares (treinador do Gil Vicente): “Entrámos muito bem no jogo, a assumir o controlo, contra uma excelente equipa, muito bem orientada e a fazer um excelente campeonato. Nos primeiros 15 minutos tivemos duas oportunidades flagrantes para marcar e depois beneficiámos da expulsão [de Lucas Fernandes], que é justa porque era uma jogada de perigo da nossa equipa. Contra 10 é muito difícil jogar e só uma grande equipa pode neutralizar os contra-ataques do Portimonense, mas também e essencialmente ter paciência e controlo muito grande do jogo.
Após o intervalo, reposicionámos a equipa, circulámos a bola, tivemos controlo emocional e vencemos de forma justa. Os números são curtos, mas o Portimonense também trabalhou muito.
Lembro a lesão do Murilo esta semana, uma situação muito triste, ele vai voltar mais forte, esta vitória é para ele.
(Quinto classificado dá possibilidade europeia) Essa situação nem é colocada, nem converso com eles sobre isso. Tenho dois objetivos como treinador: melhorar o jogador individualmente e a equipa, essa é a minha única preocupação.
Abraçámos a ideia de jogar como uma equipa grande, o que é difícil, porque não podemos esquecer da nossa realidade. Os jogadores trabalham de forma excecional e só há boas equipas se houver bons jogadores. A equipa teve um crescimento muito grande, hoje eles são jogadores diferentes e muito valorizados”.
– Paulo Sérgio (treinador do Portimonense): “A expulsão do Lucas Fernandes condicionou o jogo e o espetáculo, que foi pouco bonito. Concordo com o primeiro cartão amarelo, parou uma jogada de contra-ataque do Gil Vicente, mas não concordo com o segundo. Já vi as imagens e o Lucas [Fernandes] toca no pé do adversário com a ponta da bota, às vezes estes lances podem dar um ‘pisão’, mas não foi o caso. Justificar um segundo cartão amarelo [com este lance]… devia ter sido avisado. Também o Pedrão fica de fora do próximo jogo [por ter levado cartão amarelo], quanto não toca na cara, o adversário adornou a queda e isso é feio.
Parece que houve uma batalha campal, mas fizemos sete faltas e apanhámos seis amarelos e um vermelho, é impressionante e é claro que nos condicionou.
Tínhamos tido duas oportunidades pelo Aponzá, o jogo estava bonito, o Gil Vicente joga um bom futebol, mas depois ficou tudo muito condicionado e difícil, também por causa da qualidade do Gil Vicente, que sabe circular a bola e esteve sempre muito bem posicionado e deu-nos poucas ocasiões para sairmos em contra-ataque.
Sofremos um golo num belo remate do Pedrinho, quando o Carlinhos tinha acabado de entrar, depois de ter sido assistido e aquela zona não estava coberta. O Pedrinho foi feliz e fez o resultado do jogo.
O Lucas Fernandes tem muitas qualidades técnicas, é um jogador diferenciado, ter jogado menos deveu-se ao facto de ter vindo de uma lesão muito prolongada e depois é o futebol, um colega que apanhou a oportunidade. Houve um período em que psicologicamente ele não lidou muito bem com o facto [de não jogar], mas agora estava num momento muito bom, a chegar já perto do nível dele.
(Mercado) É a resposta gasta: até ao fecho do mercado tudo pode acontecer. Não gostaria de ter perdido algum jogador e gostaria de receber, mas se os atletas tiverem que sair para melhorar a sua vida fico feliz por isso, é bom para os clubes e para os atletas.
Um abraço solidário ao Murilo pela grave lesão que sofreu esta semana”.