Helicóptero de Fafe esteve avariado no período mais crítico dos incêndios

Provocou “constrangimentos” no combate
Foto: Ivo Borges / O MINHO

O helicóptero que opera a partir da base de Fafe não esteve ao serviço do combate aos incêndios durante o período mais crítico. A aeronave sofreu uma “avaria”, como confirmou a O MINHO Rui Costa, comandante da sub-região do Ave da Proteção Civil.

A viatura estacionada no Heliporto Municipal de Fafe, cuja gestão é da responsabilidade Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, esteve inoperacional desde domingo, tendo provocado “constrangimentos” no combate aos incêndios, como frisou Rui Costa.

A mesma fonte adiantou que a aeronave regressou ao combate na tarde desta quarta-feira, após ter sido reparada pela empresa responsável. “Já saiu para o incêndio de Silvares”, disse.

Trata-se de um helicóptero ligeiro de combate a incêndios que atua prioritariamente em situações de ataque inicial em incêndios rurais, podendo também ser utilizado em situações de ataque ampliado.

Aeronave ligeira voltou a operar esta quarta-feira. Foto: Ivo Borges / O MINHO

Tem um raio de atuação de 40 quilómetros, o que garante a cobertura das Sub-Regiões do Ave, Cávado, Alto Minho, Alto Tâmega, Douro, Tâmega e Sousa e a Área Metropolitana do Porto.

Esteve inoperacional num período de exceção, nomeadamente na segunda e terça-feira, em que se verificou um número “anormal” de ignições. “Foi uma coisa abismal”, afirmou.

Situação está “mais calma”

Por volta das 16:30, o comandante da sub-região do Ave sublinhou que a situação “está muito mais calma em relação aos últimos dias”.

Para além de várias operações de rescaldo a serem realizadas, continua o combate às chamas em S. Mamede e Sobradelo da Goma (Póvoa de Lanhoso), Cantelães (Vieira do Minho), vários pontos em Fafe e Gondiães (Cabeceiras de Basto), este último com registo de vários reacendimentos entre ontem e hoje.

Ainda não há dados sobre o total de área ardida na sub-região do Ave. Foto: Ivo Borges / O MINHO

O incêndio de Gondiães foi um dos que provocou mais preocupação na região, destruindo duas casas, uma de primeira habitação, e consumiu ainda uma terceira parcialmente.

Um casal ficou desalojado e o caso está a ser acompanhado pelos serviços da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto. Outras habitações sofreram danos no mesmo incêndio.

Houve ainda o registo de “alguns” feridos, todos sem gravidade.

Próximas horas prometem melhorias

De acordo com o comandante Rui Costa, as perspetivas são mais animadoras para as próximas horas.

“Esta noite já vai entrar alguma humidade, temos a expetativa que as coisas possam ficar mais facilmente resolvidas”, notou.

Foto: Ivo Borges / O MINHO

Contudo, lembrou que as autoridades não podem baixar a guarda. “É nestes períodos em que há mais humidade e até chuvas que podem existir mais comportamentos de risco que provocam incêndios”, lembrou, em declarações a O MINHO.

Chamas lavram desde domingo

Sete pessoas morreram e cerca 120 ficaram feridas, das quais 10 em estado grave, devido aos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga e Viseu, que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam perto de 76 mil hectares.

Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), hoje pelas 12:00, estavam em curso 44 incêndios, dos quais 23 eram considerados ocorrências significativas, que envolviam mais de 3.000 operacionais, apoiados por perto de mil meios terrestres e 19 meios aéreos.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e alargou até quinta-feira a situação de alerta, face às previsões meteorológicas.

*com Ivo Borges

 
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