O hangar no Centro de Meios Aéreos (CMA) de Arcos de Valdevez deverá estar “pronto e em funcionamento até ao final do semestre”, disse hoje o presidente da Câmara.
Em declarações à agência Lusa, a propósito de um comunicado emitido pelo município sobre a empreitada, que “decorre a bom ritmo”, o social-democrata João Manuel Esteves adiantou tratar-se de uma obra “fundamental para melhorar a eficácia no combate aos incêndios florestais no Alto Minho”.
“A intervenção vem também permitir que o CMA seja dotado de um segundo helicóptero o ano inteiro, que é uma reivindicação antiga da região”, disse.
Atualmente, o CMA, localizado na freguesia de Tabaçô, dispõe em permanência de um helicóptero de combate a incêndios florestais nos 10 concelhos do Alto Minho.
“As alterações climáticas têm provocado um número de incêndios fora da época de maior intensidade, que é o verão”, frisou o autarca.
Na semana passada, o comandante de Emergência e Proteção Civil do Comando Sub-Regional do Alto Minho, Marco Domingues, disse à Lusa que, em janeiro, no distrito de Viana do Castelo, se registaram nove incêndios, sendo que em fevereiro ocorreram 181.
O CMA, considerado “uma referência transfronteiriça na proteção e socorro a pessoas e bens”, já chegou a dispor de dois helicópteros durante 10 anos, até 2020.
João Manuel Esteves acrescentou que, além da construção do hangar, está previsto um novo projeto, num investimento estimado em “500 a 600 mil euros, a candidatar a fundos do próximo quadro comunitário de apoio, para dotar o CMA de mais condições para poder receber meios aéreos pesados de combate a incêndios e de emergência médica”.
“Este projeto vai aumentar a operacionalidade transfronteiriça”, destacou.
A construção do hangar no CMA de Arcos de Valdevez, num investimento de 678.381,12 euros, foi iniciada em dezembro.
A empreitada é “composta por duas construções, uma afeta à área técnica onde se localizará todo o equipamento e maquinaria essencial ao seu funcionamento” e outra “onde está localizada a zona do hangar para oficina e estacionamento de aeronaves e reparações das mesmas”.
O CMA de Arcos de Valdevez é a estrutura que o comando sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Alto Minho utiliza em situação de resposta aérea e em emergência e proteção civil.
“Dada a sua localização estratégica e centralizada, o CMA tem sido ao longo dos anos a base de apoio para todo o distrito de Viana do Castelo, bem como para os distritos de Braga e Vila Real. Por se tratar de um distrito transfronteiriço, e o raio de ação das aeronaves aqui sediadas o permitir, também dá cobertura ao território da Galiza”, refere a nota.
Esta empreitada, que tem como parceira a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), “é cofinanciada pelo Interreg V A Espanha Portugal (POCTEP), Portugal2020, com um investimento elegível de 630.000 mil euros e uma comparticipação comunitária de 472.500 mil euros”.
O edifício construído de raiz em terrenos cedidos pelo conselho de baldios foi inaugurado na década de 90.
Em 2012, sofreu obras de requalificação, no valor de 383.478,52 euros, apoiadas pelo Programa Operacional de Valorização do Território, para edificação de alojamento.
Com uma área total de 222 mil hectares, o distrito de Viana do Castelo tem 208 freguesias, 99 das quais (8,9% do total do país) consideradas prioritárias na prevenção de fogos florestais e onde estão identificados 1.185 lugares prioritários.
