A vila de Moreira de Cónegos, em Guimarães, está a sofrer com uma “praga” de percevejos, como alertou o presidente a junta de freguesia António Brás.
Como avança a Rádio Vizela, o problema afeta zona da Nossa Senhora da Ajuda, Rua do Outeirinho, Rua do Cruzeiro e Rua de Santa Marta.
“Os habitantes têm notado o que nós poderemos chamar de praga de percevejos”, refere o autarca.
António Brás frisa que o assunto já foi denunciado à Câmara Municipal de Guimarães, que contratou uma empresa de desinfestação.
Contudo, como refere à mesma rádio, a limpeza só foi realizada nas áreas públicas, não tendo incidido nas habitações ou terrenos privados. E, ainda esta quinta-feira, o autarca foi contactado por famílias sobre o assunto, que mostraram a sua preocupação.
“Para que não saiam aqueles bichinhos pelos tubos das casas e as pessoas possam abrir janelas, é uma coisa muita séria que está a acontecer naquela zona”, diz o presidente da junta, acrescentando que vai exigir novamente uma solução à autarquia.
Em 2023, uma praga idêntica assolou outras zonas de Guimarães e terá chegado a Braga.
Sem perigo para humanos
Em declarações a O MINHO em outubro de 2023, Joana Soto, bióloga responsável pelo projeto BiodiverCidade, iniciado em 2017 pelos Amigos da Montanha, em Barcelos, explica que estes percevejos registados em Portugal não são prejudiciais aos humanos, mas “atacam as culturas, podendo causar prejuízos”.
Contudo, as pequenas aves, como os chapins, rabirruivos e piscos, que são os seus principais predadores, podem ajudar a combater a sua proliferação descontrolada. “Mas o que é preciso é mesmo o fim das ondas de calor para equilibrar os ecossistemas”, salienta Joana Soto, explicando que os “nossos” percevejos não são os mesmos que estão a ser registados em França e que já obrigaram a Câmara de Paris a tomar medidas. “Cá não há registo de picadas”, observa.