“O Destino é lá em Riba”. É este o mote com que Monção quer dar a descobrir a sua freguesia de Riba de Mouro. Com dialeto próprio, o “ribamourês”,, um lugar apelidado de “Aldeia dos Hobbits”, Santo António de Vale de Poldros,, ocupações em desuso, como os carvoeiros, e trilhos deslumbrantes com nomes insólitos, como “Caminho dos Mortos”, a freguesia de Riba de Mouro representa – segunda a autarquia – um “convite perfeito para quem parte à descoberta da autenticidade”.
A nova identidade corporativa da freguesia de Riba de Mouro, com a assinatura “O Destino é lá em Riba”, da autoria da agência de comunicação “Marka Branka”, foi apresentada no passado sábado à população local, no auditório da sede da junta de freguesia.
Em comunicado enviado a O MINHO, a Câmara de Monção explica que a nova marca é assente em quatro pilares estratégicos (povo / história, cultura e património / natureza, desporto e aventura / experiências). “Com um posicionamento distintivo, destaca os atrativos naturais e patrimoniais da freguesia, apresentando uma vertente multifacetada, com experiências variadas, destinadas a todos os públicos”, pode ler-se no comunicado.
A autarquia salienta que se trata de uma marca ecoturística, vocacionada para a promoção nacional e internacional do turismo sustentável, com enfoque na preservação e valorização da identidade local, através de uma oferta diversificada e potenciadora da atratividade natural deste território singular.
A nova marca está presente na rede social (Facebook e Instagram), encontrando-se o website, também disponível, em fase de construção, através de uma progressiva inserção de novos conteúdos. Os alojamentos turísticos e os estabelecimentos comerciais vão passar a ostentar elementos identificativos da nova marca, distribuídos na apresentação pública.
1.400 hectares, 802 habitantes
Riba de Mouro é a freguesia mais afastada da sede do concelho, cerca de 20 quilómetros, tendo pertencido, até 1855, ao extinto concelho de Valadares. Com uma área próxima de 1.400 hectares, tem uma população de 802 habitantes (Censos 2021). Limita com Badim, Podame e Tangil (Monção), Sistelo (Arcos de Valdevez), e Gave, Cousso e Parada do Monte (Melgaço).
“A freguesia destaca-se pela beleza paisagística e pela simplicidade da população, sem dúvida, a sua maior riqueza. Com uma cultura muito própria, vivem, fundamentalmente, da prática pecuária e agrícola, assumindo, no quotidiano, um caráter afável, acolhedor e amigo”, refere a autarquia.
Noutros tempos, com poucos acessos e meios de transporte, viveram “isolados” do mundo, sendo prova desse “fechamento” o surgimento de um dialeto local, “Ribamourês”, o qual foi desenvolvido pela proximidade à zona da Galiza, Espanha, onde a acentuação é diferente.
“Lá em riba, as pessoas orgulham-se das suas raízes, guardando, religiosamente, todas as práticas ancestrais e tradições orais, transmitidas de geração em geração. Os ensinamentos do ‘saber fazer’ e ‘bem receber’, continuam vigorosos na alma do povo e no vasto leque de experiências que o público pode vivenciar”, salienta o comunicado.
“Num hai cousa igual”
O lugar mais alto da freguesia, Santo António de Vale de Poldros, é apelidado como “Aldeia dos Hobbits”, numa alusão às cardenhas, construções em pedra semelhantes às existentes no filme “Senhor dos Anéis”. “É um local mágico, preenchido por um património invejável e uma imensidão verdejante, que proporciona cenários fascinantes, imersos em contemplações serenas e sentimentos apaziguadores”, descreve a autarquia.
Com um passado milenar, os animais (cavalos, vacas) asseguram uma importância vital no estilo de vida local e na identidade social e cultural da comunidade. Neste território de montanha, a sua presença é constante, vagueando por estradas e caminhos em liberdade.
Usando parte do dialeto “ribamourês”, Monção deixa o convite: “Pelos motivos mencionados, e outros ao alcance de uma visita, com a duração precisa para o olhar percorrer todas as maravilhas, ‘hai que ter muque’ para dar um salto a Riba de Mouro. Os habitantes ‘Duros e brabos c`ma canhotos’ juram que ‘Num hai cousa igual’ e prometem que, neste alto, ‘Bás ber o que ê bô'”.