São aos milhares e proporcionam um efeito de rara beleza. Os pirilampos da Mata de Folhosas e Pinhal, entre Fão e Apúlia, em Esposende, são o destaque destas semanas para as tradicionais saídas de campo do fotógrafo de natureza Carlos Rio, de 59 anos, um fangueiro de gema (natural e residente em Fão).
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Este “canto especial”, como descreve o fotógrafo, com um fundo verde, fica iluminado em tons amarelos e brancos pelos “pequeninos pirilampos” que mostram uma “pirotecnia do mundo natural”, como descreve Carlos Rio, que organiza este tipo de saídas para observação de pirilampos já há quatro anos, sempre durante os meses de verão, quando os insetos estão ativos.
Carlos Rio explica a O MINHO que estas saídas para observar os pirilampos decorrem todos os sábados à noite, enquanto se mantiverem ativos.
“As pessoas interessadas podem inscrever-se e vêm comigo fazer a observação, que demora cerca de uma hora e meia. Entre as 21:00 e as 23:00 ficam despachados, com direito a chá e bolo no final, para além de umas conversas”, notou.
Inscrições aqui.
Este tipo de atividade de Carlos não fica só pelos pirilampos. Há cerca de uma década que promove observação de aves e anfíbios, sobretudo na zona do Parque Litoral Norte, em Esposende, pois “é uma forma de dar a conhecer a biodiversidade local” e de incentivar “à proteção dos espaços naturais” da região onde habita.
Questionado por O MINHO sobre os primeiros passos dados na fotografia de natureza, Carlos lembra que tudo começou há “cerca de 25 anos”, quando começou a ‘retratar’ aquilo que percebia ser a riqueza da biodiversidade do estuário do Cávado, em Esposende.
“Tive de aprender muito sobre fotografia mas também sobre o comportamento dos animais. Criei um blogue para mostrar as espécies que encontrava, e depressa se percebeu que na foz não havia só gaivotas, mas mais de 100 espécies, todas registadas em meia dúzia de meses”, lembra.
Depois de tão vasto registo, o fotógrafo começou a sentir-se “obrigado a fazer este trabalho e passar esta informação às pessoas”.
Recentemente, e como noticiou O MINHO, Carlos Rio lançou um livro de fotografia com registos do Parque Natural Litoral Norte, em Esposende. Na sessão estiveram perto de 100 pessoas e o livro tem tido “uma excelente aceitação”, sublinha.
A terminar, instado pelo nosso jornal para partilhar aquilo que tem notado ao longo dos anos a que se dedica a registar a biodiversidade, Carlos Rio diz que tem notado um decréscimo recente no estuário do Cávado durante os meses de inverno, opinião corroborada por especialistas, embora não tenha sido feito nenhum censo que possa comprovar com dados.