“Há muita pressão para conseguir pontos num grupo que é jovem”

Bruno Pinheiro
Imagem: Gil Vicente

Declarações dos treinadores após o jogo Gil Vicente–Sporting (0-0), da 15.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio Cidade de Barcelos:

– Bruno Pinheiro (treinador do Gil Vicente): “Manter a baliza ‘a zeros’ era importante. Jogámos contra a equipa com melhor ataque, com mais facilidade em chegar ao ‘último terço’. Isso foi a ‘chave’ do sucesso. Se o Sporting marcasse primeiro, iria ser complicado, porque teríamos de nos expor mais. Não deixámos o Sporting criar oportunidades. Até tivemos a melhor na primeira parte, pelo Jorge [Aguirre], mas, pelo que foi o jogo, seria injusto ganharmos.

Estamos com algumas dificuldades em assumir os jogos. Há muita pressão para conseguir pontos num grupo que é jovem. As quatro derrotas consecutivas que tivemos retiraram-nos a qualidade de jogo que tivemos anteriormente, nos jogos com o Sporting de Braga [0-0] e com o Benfica [5-1]. Tentamos tê-la a espaços, mas a intranquilidade não nos permite ter qualidade de jogo por mais tempo. Hoje seria difícil. Este Sporting é forte. Está a falhar na conclusão das jogadas.

Foi um ponto fundamental [a marcação do Mory Gbane ao Gyökeres]. Sabíamos do poderio físico do Gyökeres e do poderio físico do Mory [Gbane]. Essa situação foi a ‘chave’ para manter a baliza a ‘zeros’”.

– João Pereira (treinador do Sporting): “Ao contrário dos jogos passados, não tivemos uma entrada muito forte. Não tivemos muitas oportunidades. Tivemos muita bola, muito passe, controlo absoluto do jogo, mas não criámos ocasiões.

Na segunda parte, com a entrada do Matheus [Reis], ajustámos a nossa pressão e o Gil não conseguiu jogar. Criámos mais oportunidades, mas está-nos a faltar o último passe, o último remate, o detalhe. Fizemos um bom jogo defensivamente. O Gil fez um remate à baliza nos 90 minutos, mas temos de fazer mais na frente.

Voltámos a controlar o jogo, como temos controlado todos os jogos. Se marcamos um golo, o jogo muda completamente. Continuamos a melhorar a nível defensivo, mas temos de criar mais ainda. E as oportunidades que estamos a criar não estamos a defini-las bem. A culpa por estes resultados não é de ninguém. Se há algum ‘culpado’ por isto, sou eu.

Este resultado não interfere em nada [com a preparação do ‘clássico’ com o Benfica]. É mais um jogo que queremos ganhar e em que vamos entrar para ganhar. Reagimos a uma má entrada da minha parte [que teve quatro desaires consecutivos] com duas vitórias seguidas. Fizemos mais do que o suficiente para conquistar a terceira vitória seguida.

[Espero resolver os problemas] com tempo, com treino. Vamos ter um período para descansar. Os jogadores vão poder passar um tempo com a família, o que lhes vai fazer bem, para ‘desligarem’ um pouco disto. Eles são uns ‘guerreiros’ por tudo o que passaram no último mês.

Eu entendo a contestação. Os adeptos apoiaram a equipa durante todo o jogo. No final, são livres para se pronunciarem como quiserem. Fizeram o seu trabalho nos 90 minutos e não conseguimos retribuir com uma vitória.

Não quero falar de arbitragem, mas estamos a falar de um lance que dá um golo nosso e que acaba sem penálti [de Rúben Fernandes sobre Debast, após consulta ao VAR]. Para mim, era um golo limpo [de Trincão]”.

 
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