Há cada vez mais quedas e perdidos no Parque Nacional da Peneda-Gerês

GNR realizou 237 resgates e buscas no Gerês nos últimos 5 anos
Foto: Joaquim Gomes / O MINHO / Arquivo

Há cada vez mais acidentes com turistas nas cascatas e perdidos ou desorientados nos percursos pedestres do Parque Nacional da Peneda-Gerês, mas com consequências menos graves, em relação aos anos anteriores, segundo registos da Guarda Nacional Republicana (GNR) revelados durante a tarde desta quinta-feira, pela Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da GNR.

A GNR realizou 237 resgates e buscas no Parque Nacional da Peneda-Gerês, nos últimos cinco anos, tendo sido o ano de 2023 o que teve mais ocorrências (62), verificando-se cada vez casos de acidentes nas cascatas e de perdidos nos trilhos de montanha, através de operações com outras valências da GNR Territorial, da Cruz Vermelha Portuguesa e das corporações de Bombeiros.

O major Luís Pinheiro, da Unidade de Emergência, Proteção e Socorro (UEPS) da GNR. Foto: Joaquim Gomes / O MINHO

As estatísticas foram conhecidas através de uma comunicação por parte UEPS da GNR, na sessão evocativa do 54.º aniversário do único parque nacional português, realizado no Centro de Educação Ambiental do Vidoeiro do ICNF, sobre Áreas Protegidas e Turismo de Natureza, Interfaces entre a Biodiversidade, Geodiversidade e Visitação, na Vila do Gerês, em Terras de Bouro.

O major Luís Pinheiro, da UEPS da GNR, revelou ter havido 23 ocorrências em 2020, 39 em 2021, 47 em 2022, 62 em 2023 e 58 em 2024, registando-se oito intervenções da GNR já durante o presente ano de 2025, quando intervinha sobre a temática Proteção e Socorro no Parque Nacional da Peneda-Gerês, no auditório do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas.

Ainda segundo o mesmo oficial superior da GNR, em 2024, houve 19 resgates por quedas, 19 buscas a desaparecidos e/ou desorientados, 15 primeiros socorros, um resgate de escalador e igualmente três apoios a automobilistas com problemas de circulação, porque os automóveis ficaram imobilizados, devido às condições atmosféricas adversas.

Adjunto do Chefe da Secção da Secção de Operações, Informações e Relações Públicas da UEPS/GNR, o major Luís Pinheiro pormenorizou que no ano de 2024, as 58 ocorrências foram em Terras de Bouro (49), Montalegre (5) e Arcos de Valdevez (4), explicando como se desenrolam as ações preventivas de sensibilização e as operações já com todas as outras forças de socorro.

Segundo o major Luís Pinheiro, existem “agora cerca de três vezes mais ocorrências do que na década de 2000”, o que se verifica em especial todos os anos nos meses de julho, de agosto e de setembro.

“Todo o cidadão tem direito a praticar desportos ou exercer atividades de montanha da forma mais segura possível, esse direito torna-se num dever e uma gestão de risco adequada nas áreas protegidas promove a segurança do visitante, melhora a qualidade dos serviços prestados e resulta na mitigação dos impactos causados ao meio ambiente”, como afirmou o major Luís Pinheiro.

A UEPS da GNR tem no Parque Nacional da Peneda-Gerês um Posto de Busca e Resgate em Montanha, comandado por um sargento, Adelino Dias, com 16 militares, especialistas em busca e resgate em montanha, com três jipes e uma moto quatro, estando instalado no andar cimeiro de um edifício, na Vila do Gerês, cedido por comodato, pela Câmara Municipal de Terras de Bouro.

 
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