Há 30 anos nascia o primeiro politécnico fora de uma capital de distrito. Foi em Barcelos

Maria José Fernandes, presidente do IPCA, em entrevista a O MINHO
Foto: IPCA

No dia 19 de dezembro de 1994, o Decreto-Lei nº 304/94 criava o Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), que viria a iniciar a atividade letiva em 1996/1997. Foi o primeiro politécnico fora de uma capital de distrito, como recorda o então presidente da Câmara de Barcelos, Fernando Reis.

Nesse primeiro ano letivo, em instalações provisórias na freguesia de Arcozelo, em Barcelos, 74 alunos frequentaram os dois cursos de bacharelato: Contabilidade e Finanças Públicas e Contabilidade Empresarial.

Só em 2008, o IPCA teria o seu campus em Vila Frescainha S. Martinho, com sete hectares, acelerando o seu processo de desenvolvimento. Hoje, tem perto de 7.700 estudantes. E já não está só em Barcelos, tendo-se expandido aos municípios de Braga, Esposende, Guimarães, Famalicão e Vila Verde.

A oferta formativa alargou-se das áreas de contabilidade e da fiscalidade até ao design, hotelaria e turismo e desporto. Sempre com o objetivo de dar resposta às necessidades da região em que está implementada. Nesse sentido, o IPCA – sob a presidência de João Carvalho, a “grande referência” da instituição, falecido em 2018 – também foi pioneiro ao ministrar os Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP), que este ano bateram um recorde de procura e respondem a necessidades específicas das empresas.

Este ano, o IPCA passou também a poder outorgar doutoramentos, o que permitirá desenvolver ainda mais a investigação.

Hoje, dia em que o IPCA celebra o seu 30.º aniversário, O MINHO publica uma entrevista com Maria José Fernandes, presidente do Politécnico desde 2017, que salienta a importância deste “ensino de proximidade”.

Um estudo sobre o impacto do IPCA na região – também hoje revelado – mostra que o IPCA tem um papel de destaque na mobilidade social de uma região carenciada de formação, tendo dali saído muitos diplomados de primeira geração.

As conclusões mostram também que a contribuição económica do IPCA é maior do que as verbas que aufere do Orçamento do Estado. Só em 2023, contribui com 10,7 milhões de euros para o Estado. E para 2024, foi estimado que os alunos do IPCA gastem em alojamento e outras despesas de consumo mais de 52,4 milhões de euros.

Portanto, para Maria José Fernandes, o balanço destas três décadas não podia ser outro senão “muito positivo” e sempre com uma garantia: “Estamos alinhados com a região”.

O Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) faz hoje 30 anos. Qual o balanço que faz destas três décadas?

Acho que o balanço está à vista de todos – das pessoas, das famílias, da região – e é muito positivo, no sentido daquilo que o IPCA conseguiu trazer para a região, em particular do Cávado e do Ave. É uma instituição que, além disso, se afirmou em termos nacionais e também internacionais. Quando há 30 anos, politicamente, decidiram criar uma instituição de ensino superior de cariz politécnico nesta região – no Minho já havia o IPVC [Instituto Politécnico de Viana do Castelo] – escolheram o Cávado e Ave, porque Braga tinha a Universidade de Minho, mas faltava cobrir esta mancha toda. E decidiram localizá-lo em Barcelos, onde todos os indicadores económicos demonstravam que, de facto, a qualificação da população era uma das grandes fragilidades. E nós conseguimos.

De 74 estudantes no primeiro ano, hoje o IPCA tem quase 7.700. O que permitiu este crescimento enorme?

Há vários fatores. O IPCA nasce para cobrir áreas que estavam em défice, começou nomeadamente pelas áreas da contabilidade, da fiscalidade, áreas que eram muito necessitadas aqui, e depois foi alargando para a tecnologia, para o design, depois fomos para hotelaria e turismo, e agora a Escola de Desporto e ainda a Escola Técnica Superior Profissional. Agora, o que é que faz com que haja 7.700 alunos passados 30 anos e 28 de atividade letiva? É o facto de esta região estar carente de qualificação superior. Temos aqui alunos que são os primeiros licenciados das famílias. Este ensino de proximidade, se não houvesse o IPCA, as pessoas não tinham hipótese de se qualificar, porque é preciso deslocar-se, é preciso ir para fora, há um conjunto de fatores que impedem as pessoas de continuarem os estudos. Eu digo muitas vezes isto, nós temos neste momento cerca de um terço dos nossos estudantes em regime pós-laboral, mas chegámos a ter 60%. Porquê? Porque era uma oportunidade para quem já estava a trabalhar, vir qualificar-se, porque não tinha outra hipótese se não tivesse uma instituição na região.

Já que falou em proximidade, depois de Barcelos, onde tem o campus, o IPCA já tem polos em Braga, Esposende, Guimarães, Famalicão e Vila Verde. Qual a importância de o IPCA estar presente nestes territórios para o seu crescimento e também no desenvolvimento da região?

O campus principal, a sede do IPCA, é em Barcelos, portanto aqui está o grande número de estudantes e de trabalhadores. Foi aqui que nasceu o IPCA. E depois há esta deslocalização para o Ave. O IPCA é Politécnico do Cávado e do Ave. Portanto, Cávado – Barcelos. E depois, naturalmente, faltava aqui cobrir a área do Ave e foi o que fizemos com a Escola de Hotelaria e Turismo em Guimarães. Com o apoio da Câmara de Guimarães, criámos uma escola própria em Guimarães. E agora a segunda escola, que é a Escola de Desporto, Sistemas Biomédicos e Bem-Estar. Nasceu ano passado, então é uma escola muito recente.

“Podemos dizer que cumprimos a nossa missão”

E [cobrindo] estas duas áreas, podemos dizer que cumprimos a nossa missão, Cávado e Ave. Tivemos muitos anos só no Cávado. Só fomos para Guimarães em 2015, até com os Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP). Portanto, havia uma fragilidade. O IPCA era só do Cávado. E depois nasceu em Braga a sede da escola dos cursos técnicos profissionais. De facto, é uma formação mais recente, que data de 2014. O IPCA foi dos primeiros a avançar. E, neste momento, tem cerca de 2.600, 2.700 estudantes nestes cursos.

O IPCA oferece este ano os primeiros doutoramentos. Quando ‘sairão’ os primeiros Doutores e qual a importância para o IPCA de outorgar este grau académico? 

Para já, é uma questão nacional, foi uma alteração legislativa que permitiu a que todos os Politécnicos, mediante, naturalmente, condições próprias estabelecidas pela Agência de Acreditação de Ciclos, pudessem ministrar doutoramentos. Temos já a correr um aqui no campus, em digitalização, em colaboração com Politécnico de Leiria (IPL) e a Technological University of the Shannon (TUS) na Irlanda. Esse doutoramento já está a funcionar. E, depois, já tínhamos alguns doutoramentos em colaboração, mas nós não podíamos dar o grau. O que muda aqui é que podemos dar o grau. Portanto, neste momento, temos o doutoramento em contabilidade com a Universidade de Aveiro, temos um doutoramento em jogos digitais com a Universidade Europeia e temos este doutoramento, o primeiro doutoramento acreditado do IPCA, em digitalização. E, naturalmente, estamos a preparar um conjunto de novos doutoramentos para serem apresentados até março.

“Doutoramentos permitem-nos desenvolver mais investigação”

Vamos desde os CTeSP, que são os diplomas superiores, às licenciaturas, aos mestrados e aos doutoramentos, que, naturalmente, potenciam muitas outras coisas que têm a ver com a investigação, sobretudo com a capacidade que nós temos de, conjuntamente com as empresas, com a região, com o setor social, desenvolver projetos de investigação que, depois, permitam a tal transferência de tecnologia para a sociedade. Portanto, é nisso que nós estamos a trabalhar.

Ou seja, os doutoramentos vêm trazer aqui um reforço da investigação.

Muito, muito grande. Já tínhamos alguma [investigação] com as limitações que nós tínhamos. Agora, estamos mais legitimados e temos aqui um impulso muito grande, porque podemos dar o grau. E, naturalmente, que isto vai trazer… Já temos três centros de investigação aprovados e avaliados positivamente pela FCT [Fundação para a Ciência e a Tecnologia]. Temos um novo a nascer agora na área do turismo e da gestão. Portanto, todas estas áreas permitem-nos, naturalmente, desenvolver mais investigação, potenciar a investigação. Se quisermos, os doutoramentos eram o que nos faltava para este ‘boost’ ser efetivo.

Os CTEsP têm registado procura recorde no IPCA. Esta foi uma importante aposta? E porquê?

Fomos os primeiros [a ministrar CTEsP] em 2014, ainda com o anterior presidente, o professor João Carvalho. Os CTEsP, ainda há dias, estava aqui comigo o presidente da Associação Empresarial do Minho e, na semana passada, houve uma reunião do Conselho Geral e do Conselho Estratégico, e nós sabemos bem da importância que estes cursos de curta duração têm nas famílias e nas empresas. Estamos a formar técnicos para trabalhar nas empresas e, com a carência de pessoal especializado técnico, foi um impulso grande numa região com esta dinâmica toda. Porque é que nós deslocalizámos os CTEsP? Fomos para Vila Verde e temos lá 140 alunos. Vamos para Esposende este ano com um novo polo e já temos 130 estudantes de CTEsP. Estão a fazer cursos nos concelhos onde vivem. Evitando terem que se deslocar e, naturalmente, contribuindo para o desenvolvimento daqueles territórios. E estes CTEsP têm a grande vantagem, na minha perspectiva, que é os estudantes fazerem uma formação de dois anos em que meio ano é de estágio.

“Já não faz sentido desenvolvermos oferta formativa que não seja alinhada com as necessidades das empresas da região”

Só o ano passado foram quase 900 estágios em que nós temos uma lista de empresas a pedir estagiários. Temos neste momento quase 50 tipos de CTEsP, que são cursos muito ajustados às necessidades das empresas. Pode funcionar num ano um e para o ano já esgotou o mercado. E fazemos muitos CTEsP com as empresas. Também é uma coisa muito positiva. São as próprias empresas que nos vêm pedir que precisam de formar as suas pessoas. Temos cursos com a DST, com a Casais, com a Bosch, com a Deloitte. São os tais CTEsP de seleção, as próprias empresas até  selecionam quem querem que faça a formação. Isto é muito importante.

E também é a academia a aproximar-se da economia local.

Claro, já não faz sentido nós desenvolvermos oferta formativa que não seja alinhada com as necessidades das empresas da região. Portanto, toda a nossa oferta formativa passa sobretudo por isto. Quando criamos uma licenciatura ou um CTEsP, criamo-lo a pensar no que é que está a fazer falta. Dou-lhe um exemplo. Fizemos um CTEsP com a Casais para encarregados de obra. Funcionou um ano, depois outro ano não funcionou e agora voltou a funcionar. Avalia-se se há necessidade deste tipo de formação.

Qual é o ‘feedback’ das empresas em relação aos estudantes que saem do IPCA?

Muito positivo, muito positivo. Aliás, eu vou-lhe falar isto porque acho que é o maior defensor dos CTEsP, que é o engenheiro José Teixeira, presidente da DST. Eu sei que ainda na semana passada, numa reunião com o ministro, ele disse ‘acabem com tudo menos com os CTEsP’. Porquê? Nos CTEsP não é só alunos jovens. Também temos uma grande parte dos CTEsP, sobretudo em Famalicão e em Barcelos, noturnos. São trabalhadores que estão a trabalhar e que vêm à noite continuar a estudar.

Foto: IPCA

O IPCA apresenta hoje um estudo sobre o impacto do mesmo nas regiões onde está inserido. Qual a mais valia desse estudo no ano em que o IPCA celebra 30 anos?

O que nós evidenciamos, de facto, é o impacto económico, social, cultural, que o IPCA ao longo de 30 anos tem na região. O que era a região e o que é hoje a região, porque houve a ousadia, há 30 anos, politicamente, aqui em Barcelos, na altura era o dr. Fernando Reis o presidente da Câmara, de pugnar e ter feito tudo para que o concelho tivesse uma instituição de ensino superior.

“Em 2023, o IPCA contribuiu em mais de 10,7 milhões de euros para o Estado”

Nós sabemos bem que as instituições de ensino superior são motores de desenvolvimento. Os indicadores do IPCA revelados no estudo, naturalmente, são muito positivos.

Quais são as conclusões?

O estudo conclui que a ação do IPCA, ao longo dos seus 30 anos, permite-lhe, hoje, assumir uma posição com uma relevância cada vez mais consolidada no desenvolvimento dos territórios onde se insere, produzindo de forma inovadora e sustentável um impacto social e económico significativo.

Considerando as contribuições e impostos pagos diretamente pelo IPCA ou gerados indiretamente pela sua atividade, o IPCA em 2023 contribuiu em mais de 10,7 milhões de euros para o Estado. Apenas no ano de 2021 é que as transferências recebidas através do Orçamento do Estado foram superiores às receitas fiscais e contribuições arrecadadas pelo Estado. Em 2023 estima-se um saldo positivo a favor do Estado Português em 1,4 milhões de euros.

Para 2024, foi estimado que os alunos do IPCA gastaram em alojamento e outras despesas de consumo mais de 52,4 milhões de euros, dos quais cinco milhões correspondem a despesas de alunos deslocados. No caso do pessoal docente e não docente, as remunerações líquidas pagas em 2023 ascenderam a 7,6 milhões de euros.

Outra conclusão é que a elevada percentagem de estudantes de primeira geração no IPCA, embora tenha diminuído ao longo do tempo, continua a demonstrar o papel crucial da instituição na inclusão de populações tradicionalmente excluídas do ensino superior. 

O IPCA tem um papel fundamental na promoção da inclusão e da mobilidade social, através da criação de oportunidades para grupos tradicionalmente sub-representados no ensino superior, nomeadamente os estudantes provenientes de contextos sociais e económicos desfavorecidos. 

“Há visão dos presidentes de Câmara para perceberem a importância do ensino superior para o desenvolvimento económico”

Desde a graduação do primeiros diplomados, o IPCA atribuiu 14.225 diplomas até ao final de 2023, com impacto em múltiplas dimensões da economia e da sociedade na região e no país.

Em termos de satisfação, cerca de três quartos dos estudantes colocariam o IPCA na sua primeira opção e cerca de 70% recomendaria a escolha do IPCA.

Da fundação em Barcelos, o IPCA expandiu-se a outros municípios. É importante o IPCA caminhar ao lado das empresas e dos municípios onde está inserido?

Nós vamos onde nos querem e onde nos deem condições. Não temos orçamento para sermos nós a investir nesta deslocalização. Até porque o IPCA continua a ser das instituições do país com um orçamento mais baixo em termos daquilo que são as transferências do orçamento de Estado. Agora, repare, nós vamos porque há um apoio também grande de parte dos municípios. E há visão. É importante dizer isto. Há visão dos senhores presidentes de Câmara para perceberem o quão importante é ter o ensino superior para o desenvolvimento económico, para a dinâmica, para a fixação de pessoas, que é tão importante hoje.

Foto: IPCA

E daqui a 30 anos, como é que estará o IPCA?

Acho que se o IPCA fez um caminho até agora muito sustentado, muito assente naquilo que eram as condições que nós tínhamos… Costumámos dizer que nascemos em tempos de vacas magras, nascemos numas garagens com 74 estudantes, em Arcozelo. Os nossos primeiros estudantes, de facto, acreditaram em nós. Nós próprios – repare, estou aqui no IPCA há 27 anos – já fizemos de tudo. Carregámos cadeiras, mesas, ocupámos garagens, ocupámos salas, mas sempre na certeza de que íamos crescer..

“João Carvalho é a nossa grande referência”

E alguém nos fez acreditar nisso. Portanto, politicamente, o município de Barcelos, também tenho que reconhecer, sempre apoiou o IPCA. Temos esta colaboração de proximidade muito importante. Houve a visão, por parte do dr. Fernando Reis, na altura, que, politicamente, tinha um governo do PSD, tinha alguma influência.

Fernando Reis, antigo presidente da Câmara, recorda que o IPCA foi o primeiro politécnico foram de uma capital de distrito. Vídeo: IPCA

E depois, naturalmente, destacava, sobretudo, o professor João Carvalho. Porquê? Porque o professor João Carvalho foi, nestes 30 anos, a nossa grande referência. Foi aquele que nos fez acreditar que um dia nós íamos chegar aqui. Deu um grande contributo, foi presidente de 2006 a 2015, foi com ele que estivemos em regime de instalação, portanto numa situação não definitiva. Foi ele que fez com que passássemos a instalação definitiva. Foi com ele que criámos os primeiros órgãos, os primeiros estatutos. Ele usava uma frase muito interessante que eu, na altura, não percebia, mas agora percebo, que é nós temos que olhar para a floresta e não para a árvore. E, às vezes, para chegarmos a um determinado objetivo, temos que ter uma visão maior do que aquilo que nós queremos naquele momento. E eu acho que foi o grande ensinamento que ele nos deu. Quando me fala nos 30 anos, acho que é preciso ter capacidade para ver onde é que nós queremos estar e o que é que nós temos que fazer para lá chegar. E eu acho que foi isto que ele nos ensinou.

Agora que fala do doutor João Carvalho, a referência do IPCA, honrar o legado dele para quem assume os destinos da instituição é uma grande responsabilidade?

É verdade. Não encontrará no IPCA ninguém, apesar de, muitas vezes, nós não concordarmos com muitas decisões que ele tomou, que não reconheça todo o trabalho que ele fez e que permitiu que nós chegássemos aqui. É, de facto, a nossa grande referência.

O IPCA conseguiu captar cerca de 22 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência. Quais os projetos que destacaria?

Destaco, naturalmente, aquela obra grande que estamos a fazer ali [no campus de Barcelos] e que estará pronta em julho do próximo ano. Vai duplicar a capacidade do IPCA e, sobretudo, em três áreas fundamentais que o IPCA não tem. Há bocadinho referi três centros de investigação, um já a nascer agora e temos um espaço onde toda a investigação vai estar junto, que é o Barcelos Research Collaborative Center. São cerca de 8 mil metros quadrados dedicados a estes três centros de investigação, com laboratórios, etc. Depois, vai nascer ali também, acoplada à mesma obra, uma residência. Inaugurámos uma em janeiro, com 62 camas, e agora teremos uma com 132 camas virada para o campus. E depois um auditório para 500 pessoas. Hoje, celebramos o dia do IPCA no auditório que temos, que são 200 lugares e precisamos de um auditório com outra dimensão e até para a região, para a cidade. Isto são 24 milhões em obra e é duplicar o espaço do IPCA neste terreno que a Câmara de Barcelos nos cedeu.

Também havia o sonho do pavilhão desportivo.

Vamos avançar agora com o último edifício do campus, que é o K2C, um edifício que está em projeto. É um edifício muito dado para a inovação pedagógica. Temos as várias escolas e vamos agregar numa área multidisciplinar tudo o que são atividades e no âmbito dessa construção vai nascer também a parte desportiva do IPCA. Não vai ser um pavilhão desportivo, porque isso era um projeto com a Câmara, mas acho que não vai nascer aqui, vai nascer num outro sítio que a Câmara decidiu. Mas aqui vão nascer campos de padel, campos de futebol, pista de atletismo e ginásio. Portanto, vamos ter aqui condições para a prática de desporto. E com isto, na minha perspectiva, fecha-se o campus naquilo que são obras estruturantes.

“Estamos alinhados com a região”

E já há alguma data prevista?

Para a inauguração daqui do edifício que está em construção, julho de 2025. E o outro, da inovação pedagógica e vertente desportiva, lançamos o concurso agora, penso que daqui a um ano, mais ou menos, porque será uma construção diferente, mais simples.

Para terminar, quer acrescentar algo que ache importe frisar nestes 30 anos do IPCA?

Gostava sobretudo de deixar um agradecimento aos municípios que connosco trabalham, acreditaram no IPCA e dizer que estamos alinhados com a região. Estamos muito na região, mas também já estamos em termos nacionais e internacionais. Estamos numa rede europeia que nos tem permitido oportunidades enormes naquilo que é internacionalização. E esta já é uma instituição projetada para o mundo. É  multicultural, inclusiva. Todos trabalhámos para que o IPCA fosse hoje aquilo que é.

 
Total
0
Partilhas
Artigos Relacionados
x