Foi há 15 anos que o nome de Daniel Costa, natural de Arcos de Valdevez, entrou para a lista dos mais procurados do mundo. O homem, hoje com 54 anos, é suspeito do homicídio da sua tia, Ana Barros, também ela de Arcos de Valdevez, ocorrido em maio de 2010 nos Estados Unidos, e desde então encontra-se em paradeiro desconhecido.
A vítima, na altura com 55 anos, vivia em Danbury, no estado norte-americano de Connecticut, onde emigrara há mais de três décadas. Residia num primeiro andar de uma casa da família. A irmã, cunhado e o sobrinho que é suspeito de ser autor do crime residiam no andar de baixo.
As autoridades suspeitam que o homicídio terá ocorrido depois de os pais de Daniel terem regressado definitivamente a Portugal, deixando o português a residir sozinho com a tia. Questões financeiras estarão na origem do crime.
Apesar de desaparecida desde 11 de maio de 2010, o corpo de Ana só foi encontrado pelas autoridades a 06 de junho do mesmo ano, enterrado sob uma camada de cimento no porão da casa da família.
Segundo as investigações, o sobrinho Daniel Costa terá deixado os Estados Unidos rumo a Portugal a 25 de maio, apenas três dias antes do desaparecimento de Ana Barros ser comunicado à polícia por outra sobrinha, Annabelle Almeida.
Annabelle disse às autoridades que, por várias vezes, questionou Daniel sobre o paradeiro de Ana, mas este inventou sempre desculpas. Insatisfeita, e depois de ver que Daniel tinha abandonado o país, Annabelle continuou a procurar a tia e acabou por encontrar o carro desta abandonado num parque da cidade, alertando de seguida as autoridades.
Ana Barros trabalhava na Fairfield Processing e era vista com regularidade na igreja e nas celebrações locais, levantando suspeitas após o seu desaparecimento.
A Interpol classifica Daniel Costa como procurado por “crimes contra a vida e a saúde” e por “furtos”. As autoridades americanas emitiram um mandado de detenção, mas a extradição para os EUA depende agora da colaboração com a justiça portuguesa.
Em 2010, em Arcos de Valdevez, a notícia do homicídio e do posterior funeral de Ana Barros, realizado na vila, foi recebida com consternação, segundo conta o jornal norte-americano News Times. A antiga emigrante costumava regressar todos os verões à sua terra natal, aproveitando a pausa do trabalho para estar com a família e os amigos de infância.
