Guimarães quer ligar a cidade às Taipas por teleférico

Oposição diz que é uma solução “esdrúxula”
Guimarães quer ligar a cidade às taipas por teleférico
Foto: DR

Imagine que apanha um teleférico de Guimarães para ir até às Taipas e que pode descer aí ou seguir até à Citânia de Briteiros. É para isto que aponta a “Análise exploratória para a viabilidade de um sistema de transporte público em via dedicada de Guimarães”, encomendado pelo Município ao professor Álvaro Costa, da Universidade do Porto. A oposição classifica a ideia como “esdrúxula” e aponta o estudo como um sinal da incapacidade da Câmara para resolver os problemas de mobilidade depois de 32 anos de governação socialista. Domingos Bragança defende que é preciso ter projetos para captar o dinheiro do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O estudo do professor Álvaro Costa identifica que Guimarães sofre de problemas de mobilidade em três eixos: a EN 101, a EN 105 e a EN 206. O estudo reconhece também que há um povoamento muito denso ao longo destes eixos viários e que não há “espaço canal para melhorar a mobilidade”. A oposição tem vindo a apontar este problema como uma falta de planeamento ao longo dos anos, nomeadamente do licenciamento para construção.

O teleférico seria usado não com finalidade turística, mas para garantir a ligação entre Guimarães e as Taipas, “sem estar preso a uma infraestrutura viária”. O documento aponta também para a possibilidade de o teleférico ser usado para criar um anel de transporte na cidade, entre o Pavilhão Multiusos e Mesão Frio.

A oposição classifica a solução como “esdrúxula”

O “ponto negro” onde a construção junto à estrada é mais densa é o da EN 105. Neste caso, o estudo aponta para uma exploração mais intensa do comboio, embora reconheça que isto pode suprimir alguns dos serviços de longo curso, numa altura em que Guimarães está sem o único comboio Alfa Pendular diário, suspenso deste março de 2020.

Já na EN206, a possibilidade de instalar uma linha BRT (Bus Rapid Transit, em inglês), ou seja, uma via dedicada para autocarros, parece mais fácil. Mesmo assim, segundo o estudo, junto ao Espaço Guimarães tal já não seria possível. Recorde-se que, naquele local, está a nascer mais um supermercado.

Na EN101, que liga Guimarães às Taipas, passando por Ponte, é equacionado teleférico perante a dificuldade de instalação de uma via BRT, nomeadamente nas zonas de Fermentões, reta de Toriz e na rotunda de São João de Ponte.

Domingos Bragança defende que esta reflexão sobre “a mobilidade do futuro” pode conferir vantagem a Guimarães no momento de receber os fundos do PRR. Já Bruno Fernandes, o candidato da Coligação Juntos por Guimarães, afirma que “o concelho não quis saber da sua mobilidade. Não temos bom acesso às principais centralidades fora da cidade. Isso obriga a encontrar soluções esdrúxulas”, referiu.

 
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