A Câmara de Guimarães aprovou hoje por unanimidade um estudo prévio para um projeto de urbanização do Monte Cavalinho que inclui um parque de estacionamento gratuito, uma “via estruturante” de ligação à cidade e habitações com “renda acessível”.
As condições para urbanizar o Monte Cavalinho, pertença de uma imobiliária em processo de insolvência, foram hoje definidas em reunião extraordinária que foi marcada para anteceder a hasta pública daquela propriedade, que acontecerá na sexta-feira e cuja venda será feita por pelo menos 2,7 milhões de euros.
No dia 05 de julho o executivo deliberou exercer o direito de preferência daquele terreno.
Em declarações aos jornalistas, no final da reunião, o presidente da autarquia, Domingos Bragança (PS), salientou que o objetivo do estudo prévio é “proteger a paisagem natural” do local e assegurar uma “via estruturante de ligação a Urgezes, descongestionando” o trânsito na Av. D. João IV, e dar resposta a uma “necessidade urgente” de uma oferta de habitação a “preços moderados”.
“Existe um mercado para responder as famílias de rendimentos elevados, o preço da habitação em Guimarães é elevado e temos que dar resposta aos agregados familiares para a chamada renda acessível, famílias com rendimentos moderados que andam nos 700, 800 euros”, disse.
O estudo, elaborado pela Universidade do Minho, prevê a instalação no Monte Cavalinho de um parque de estacionamento, que servirá de apoio à Estação ferroviária, a criação de uma via rodoviária e um parque habitacional.
Segundo garantiu o autarca, “o parque de estacionamento será público e gratuito”.
“Quero que responda como parque de estacionamento de proximidade à cidade para, de certa maneira, descongestionar o trânsito e dar mais conforto a quem vem à cidade. Dá também a possibilidade de nós requalificarmos a Av. D. João IV, que terá supressão de estacionamento, mas que será compensado neste aparcamento de proximidade”, explicou.
Domingos Bragança explicou “a urgência” na apresentação do estudo prévio aprovado por considerar que é um “fator determinante para a posição, decisão a tomar na aquisição deste terreno” as “condições de urbanização que a câmara imporá”.
“Está muito claro. Quem vai ao leilão sabe exatamente as condições em que atua. Eu não era obrigado a isto mas entendo que é assim que se deve fazer, dar a conhecer a todos os intervenientes as condições que são impostas”, disse,
Do lado da oposição, o líder do PSD, André Coelho Lima, apesar de ter votado favoravelmente o estudo apresentado, deixou críticas à atuação da autarquia: “Aprovar o projeto não é aprovar a postura da câmara na hasta pública. A 05 de julho foi aprovado que só se não aparecer nenhum privado [a câmara comprava a área]. Não é positivo que a câmara diga isto e condicione de tal forma a construção que já sabe antecipadamente que nenhum privado aparecerá”.
Para o PSD, “o critério tem que ser o da fixação de determinação de condições para loteamento, depois os privados intervêm, se não é transformar o município de Guimarães em promotor imobiliário e não é isso que se quer”.
Pelo lado positivo, o PSD apontou a “redução da densidade construtiva”, a “preservação paisagística” e o estacionamento.
“É quase terceiro mundista termos uma estação de caminhos-de-ferro e quem quer ir ou vir de comboio tem que ter alguém que o vá deixar ou buscar. Tem que haver a possibilidade de estacionarmos e apanharmos o comboio”, disse.
Já o vereador do CDS-PP, Monteiro de Castro, referiu que a autarquia não se devia restringir ao estudo aprovado quando for a altura de concretizar o projeto.
“Sugeria que se por ventura o município adquiri o terreno, na qualidade de proprietário não se limite a esta solução, mas que por ventura contrate, por exemplo, três gabinetes e peça soluções. Invista nesse estudo prévio e depois pague esses estudos prévios e em função da solução que mais se ajustar encomende o projeto, não se restringindo a uma solução única”, defendeu.