O Plano de Gestão de Biorresíduos 2030 (PGBG2030) da câmara de Guimarães pretende acabar com a deposição de resíduos em aterro e envolver a população em “políticas de minimização” de lixo e na reciclagem.
A autarquia tem por objetivo com o referido plano, que vai ficar em discussão pública a partir de quarta-feira por um período de 20 dias, “definir uma estratégia e ações a desenvolver no que diz respeito à gestão dos biorresíduos em toda a área do concelho”.
A tarifa de resíduos deixará de estar indexada à tarifa da água e o utilizador pagará tanto menos quanto mais reciclar. “É um sistema que beneficia o ambiente, contribui para as metas de sustentabilidade a que estamos obrigados e vai premiar comportamentos. Quanto mais reciclar menos pagará na sua factura”, adiantou a vereadora do Ambiente, Sofia Ferreira.
O sistema de recolha, disse, vai permitir “criar e adaptar um sistema PAYT idêntico ao implementado no Centro Histórico, alargando-o à recolha seletiva de biorresíduos”, sendo que “a aplicação da tarifa terá em conta a separação de mais um resíduo”.
“Procederemos a um sistema de recolha de biorresíduos baseado preferencialmente na recolha porta-a-porta e em casos específicos, de habitação coletiva por exemplo, contentorizada”, apontou a vereadora da autarquia responsável pelo projeto, Sofia Ferreira.
O Plano prevê a implementação de uma rede de recolha seletiva de biorresíduos e a implementação da compostagem doméstica ou comunitária, ações que serão alinhadas com a estratégia definida ou a definir pelos sistemas de gestão de resíduos urbanos (RU), envolvendo o processo “parceiros fundamentais”, como a Resinorte, o Laboratório da Paisagem, a Associação Vimaranense de Hotelaria, a Vitrus, a Associação Zero, a Ave Associação Vimaranense para a Ecologia, a Universidade do Minho, entre outras.
O projeto pretende envolver “todos os agentes que têm vindo a desempenhar um papel fundamental no caminho da sustentabilidade ambiental” em Guimarães.
“O cidadão será o ator principal do processo de mudança, motivo pelo qual atuaremos com especial incidência em grupos considerados estratégicos, como é o caso das escolas, onde distribuiremos compostores”, concluiu a responsável.
O processo de implementação da recolha será progressivo, estando dividido em quatro fases: A primeira fase será operacionalizada após a conclusão da discussão pública, prevista para finais de junho de 2021, e cobrirá cerca de 34% da população do concelho de Guimarães.
Em 2024, a 2ª fase aumentará a cobertura para 58% da população, com as restantes duas fases a completarem a cobertura total da população (em 2026, 75%, e em 2028, 100%).
Trata-se de um faseamento planeado com base num estudo do Centro de Valorização de Resíduos que incide sobre o potencial de produção de biorresíduos. Concluído o processo de consulta, terá lugar, durante o mês de junho, uma sessão pública de apresentação do documento final.