A procissão de Nossa Senhora do Carmo, na Penha, em Guimarães, que devia ter-se realizado no passado dia 17, decorreu este domingo, dia 24, com saída da gruta para o Santuário às 16:30. Realizou-se no largo da Comissão, o concerto que também foi adiado. A estas atividades juntaram-se a já prevista celebração do II Dia Mundial dos Avós. A Irmandade da Penha previu uma enchente e, embora tenha acedido ao pedido da Câmara para alterar a data da procissão, não viu com bons olhos esta decisão.
O dia da padroeira da Irmandade assinala-se a 16 de julho e, tradicionalmente, as festividades são transferidas para o domingo seguinte. Este ano não aconteceu desta forma em virtude do apelo dos serviços de Proteção Civil e autoridades municipais à Irmandade da Penha para o cancelamento das celebrações religiosas e do concerto musical, em virtude do estado de contingência decretado pelo Governo.
“Tendo em conta o sofrimento das pessoas e famílias já afetadas, o esforço dos bombeiros, dos profissionais ligados à Proteção Civil e dos responsáveis locais e nacionais”, a Irmandade e o reitor do Santuário, padre Carlos Lopes de Sousa, decidiram “adiar o Programa Religioso de celebração do dia da adroeira da Irmandade, Nossa Senhora do Carmo, e o Festival Musical para o próximo fim-de-semana dia 24, se as condições de contingência se alterarem”, anunciaram em comunicado.
Sem registo de incêndios
Contudo, Roriz Mendes, o juiz da Irmandade de Nossa Senhora do Carmo da Penha não entende a discrepância de interpretações do estado de contingência entre os Municípios vizinhos de Guimarães e Vizela. “No mesmo dia, em Vizela, milhares de pessoas participaram na peregrinação a São Bento das Peras”, afirma. “Esteve presente o presidente da Câmara de Vizela e eu próprio fui convidado e estive presente”, acrescenta. “A zona do Santuário de São Bento das Peras é coberta por uma floresta muito mais desordenada que a Penha e fez-se uma missa campal”, aponta.
“A Penha, aliás, não é uma floresta, é uma zona social urbana. Ao contrário do que pode parecer, não se trata de uma zona natural, foi criada e é mantida pelo homem. É um jardim, com caminhos, com sistemas de rega e bocas de incêndio. Trata-se de um espaço que a Irmandade cuida e que oferece para fruição pela comunidade e onde não há registo de incêndios”, remata o juiz da irmandade.