A Câmara de Guimarães quer que a Montanha da Penha seja considerada paisagem protegida local pelo seu “potencial da fauna e flora” e pela “enorme quantidade de espécies protegidas em Portugal” que ali habitam, desde aves a anfíbios.
No estudo apresentado, são referenciadas 123 espécies de fauna, sendo que dessas 77 são espécies confirmadas: 51 de aves, 14 mamíferos, seis anfíbios, seis répteis, “o que corresponde a “cerca de 33% do total de espécies presentes em Portugal para aqueles grupos faunísticos”.
Segundo a lei, “entende-se por «paisagem protegida» uma área que contenha paisagens resultantes da interação harmoniosa do ser humano e da natureza, e que evidenciem grande valor estético, ecológico ou cultural”.
O estudo aponta que “tendo em atenção a reduzida área de estudo, a ausência de rios e habitats aquáticos de grande dimensão existe uma diversidade faunística muito relevante” e que “a Montanha da Penha é um território que se destaca pelos valores naturais e culturais, cuja harmonia resulta numa paisagem singular”.
Na Penha há 10 habitats protegidos dos quais dois são de “conservação prioritária”: Habitat 5230* Matagais arborescentes de Laurus nobilis, subtipo 1 Louriçais e o Habitat 91E0 – Florestas aluviais de Alnus glutinosa e Fraxinus excelsior Alno Padion, Alnion incanae, Salicion albae ), subtipo 3 Amiais e salgueirais paludosos.
A montanha tem ainda 321 táxones de flora vascular, maioritariamente nativas, 120 espécies de vertebrados terrestres com presença provável e/ou confirmada, 26 espécies com algum tipo de estatuto de proteção.
“É uma área rica em espécies de aves típicas de bosques e áreas florestais com espécies de elevado estatuto de ameaça em Portugal”, lê-se, desde o Bútio vespeiro, o Açor, Noitibó cinzento, três endemismos ibéricos de “grande valor conservacionista”, a salamandra lusitânica, a rã de focinho pontiagudo ou Lagarto de água.
Pela Montada da Penha é ainda possível ver sete espécies de morcego, incluindo duas espécies cavernícolas particularmente ameaçadas como o morcego de ferradura pequeno e o de franja do sul).
O estudo realça ainda a “intrincada relação entre o património geológico e geomorfológico com as lendas, a vivência do espaço e a mística associada”, o modelado granítico, o calibre das bolas graníticas e Domos graníticos e variadas geoformas “sem paralelo na região”.
“A Montanha da Penha possui características únicas, cujo espaço físico permitiu preservar as dinâmicas estabelecidas ao longo do tempo, entre a ocupação humana e o meio natural, sendo a paisagem atual um espetro em constante evolução e transformação”, conclui o documento.