O Paço dos Duques, um dos monumentos mais visitados no Norte, precisa de “uma intervenção urgente de 15 milhões de euros”. Foi o presidente da Câmara, Domingos Bragança, que o revelou, durante a última reunião do Executivo vimaranense. Outro monumento do concelho em avançado estado de degradação é a Igreja de Santa Marinha da Costa.
O autarca defende que o Paço dos Duques e outros monumentos, como o Castelo de Guimarães, passem para a alçada da Câmara, no âmbito do processo de descentralização administrativa. Atualmente, o monumento, tal como o Castelo, é gerido pela Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN).
Domingos Bragança lamenta que “uma das partes mais bonitas do Palácio dos Duques é usada como zona administrativa e não é visitável”. A gestão pelo Município deste monumento, visitado anualmente por meio milhão e pessoas, permitiria abrir todo o edifício ao público, defende o edil.
O Castelo de Guimarães e o Paço dos Duques geram uma receita anual a rondar os 750 mil euros, que o vereador da Cultura, Paulo Lopes Silva, entende que podiam ser usados localmente para financiar a Plataforma das Artes.
Dinheiro da ‘raspadinha’ que não chegou
Outro monumento, no concelho de Guimarães, a carecer de obras urgentes é a Igreja do Mosteiro de Santa Marinha da Costa. De acordo com um relatório da DRCN, de 28 de novembro do ano passado, existe perigo para pessoas e bens devido ao risco de colapso por debilidades estruturais.
Em junho de 2022, chegou a ser anunciado, pela Direção-Geral do Património Cultural, a aplicação de um valor de 550,5 mil euros, provenientes da “raspadinha do património” (Fundo de Salvaguarda do Património) na recuperação do edifício.
A DRCN, em 19 de dezembro, veio emitir uma nota em que esclarece que o monumento, “classificado como imóvel de interesse público, é propriedade do Estado, encontrando-se sob gestão do Ministério das Finanças”.
A mesma entidade esclarece que “a aplicação da verba do Fundo de Salvaguarda do Património Cultural na intervenção da Igreja de Santa Marinha da Costa não é decidida pela DRCN. No entanto, não está comprometido o financiamento da obra”.
A DRCN garante que a intervenção na Igreja de Santa Marinha da Costa está no Plano Regional de Intervenções Prioritárias.