O Guimarães Noc Noc, uma “marca” da cidade que aproxima artistas e público e “prova” que a arte acontece em “qualquer lado”, vai transformar o centro histórico vimaranense numa “enorme galeria” durante o fim de semana.
Jorge Castelar, da associação “Ó da Casa”, a entidade organizadora, explicou que o Noc Noc é ainda um momento de “protesto” contra os condicionalismos impostos aos artistas.
Em 2015, ano da 5.ª edição, haverá 68 espaços no mapa do Noc Noc onde quem bater à porta poderá assistir a concertos, performances de teatro ou dança, ver uma exposição e falar com os artistas, além de ficar a conhecer o interior de casas e locais nem sempre acessíveis, “mas que despertam curiosidade”.
“Um dos nossos maiores objetivos é possibilitar a artistas mostrar os seus trabalhos livremente, sem os condicionalismos impostos em galerias e salas de espetáculos. Queremos mostrar que a arte pode acontecer em qualquer lado, até numa sala de estar de uma casa particular”, explicou Jorge Castelar.
Outro dos “grandes” objetivos do Noc Noc é “aproximar artistas do público, possibilitar a interação entre os próprios artistas e com para quem eles trabalham”.
Da edição deste ano, Jorge Castelar destaca uma performance que irá durar 29 horas, das 15h00 de sábado até às 20h00 de domingo, chamada “O Astronauta”. “Retrata um protesto que nos é muito caro e que descreve o Noc Noc, um protesto contra o excesso de formalismo que encontra quem quer fazer cultura”, explanou.
Dos 68 pontos do mapa, a maior parte casas particulares, a organização destaca o Convento de S. António dos Capuchos, o antigo hospital de Guimarães.
“Vale a pena esticar um pouco mais a perna e ir um pouco além do centro histórico só para ver o edifício em si. Alias, além do conceito cultural no Noc Noc há ainda o lado lúdico, de cusca, de poder conhecer o interior das casas do centro que despertam a curiosidade de quem por lá passa mas que, por regra, não está acessível”, disse.
Quanto à adesão de público, o Guimarães Noc Noc, que a organização reconhece ser já uma “marca” da cidade berço, “está em velocidade cruzeiro”, ou seja, “vem crescendo, tal como a adesão por parte de artistas”.
O centro nevrálgico do Noc Noc será o Tribunal da Relação, o número 1 do mapa de 2015, onde estarão disponíveis os mapas, informações, apoio e o ‘merchandising’.
O acesso a todos os espaços é gratuito.
“Alias, ninguém ganha dinheiro com o Guimarães Noc Noc. Nem os artistas”, destacou Jorge Castelar.