A situação das empresas que se encontram alojadas no Spinpark, no Avepark, em Caldas das Taipas, Guimarães, foi tema na última reunião do executivo camarário vimaranense, na segunda-feira, dia 12, com o PSD a acusar a Câmara de inação.
“Era possível, ou não, a Câmara já ter feito alguma coisa para ajudar estas empresas”, questionou o vereador do PSD, Ricardo Araújo.
Em causa estão nove empresas instaladas no edifício do Spinpark, cuja insolvência foi declarada pelo Tribunal de Guimarães, em 17 de setembro de 2020, embora já estivesse a ser gerido por uma administradora de insolvências desde o dia 12 de agosto.
Na sequência desta declaração de insolvência, as nove empresas foram notificadas para abandonarem as instalações num prazo de 30 dias. Esta situação gerou indignação junto de algumas das empresas que se mostraram surpreendidas por só saberem da insolvência depois desta ter sido declarada pelo tribunal e por o prazo para saírem ser tão reduzido.
O Spinpark foi criado, no Parque de Ciência e Tecnologia de Caldas das Taipas, pela UMinho, a Sociedade Avepark e a Portus Park, em 2006, com apoio de fundos comunitários, para apoiar o nascimento de empresas tecnológicas ligadas à universidade antes destas de aventurarem no mercado.
Durante o processo de dissolução da Sociedade Avepark, terminado em 28 de dezembro de 2016, chegou a falar-se em a Câmara assumir a posição da Avepark no Spinpark. Contudo, esta solução não foi possível, por imposições legais, como o presidente da Câmara, Domingos Bragança, fez questão de sublinhar.
“A Câmara não tem responsabilidade no Spinpark. Não é possível a Câmara intervir num processo de insolvência. Lembrem-se do que aconteceu na ACIG”, objetou Domingos Bragança, numa referência à insolvência da Associação Comercial e Industrial de Guimarães, declarada a 30 de outubro de 2019, depois de 154 anos de atividade.
“Foi o senhor presidente que convidou o primeiro ministro, José Sócrates, para a inauguração do Spinpark”, lembrou Ricardo Araújo, afirmando que na altura chegaram a ser prometidas 200 empresas tecnológicas.
Sete das nove empresas já têm soluções de localização alternativa
Ricardo Costa, o vereador com o pelouro da Economia, na Câmara de Guimarães, rebateu as críticas do vereador do PSD e assegurou que, “não é verdade que todas as empresas têm que sair”. Ricardo Costa afirmou que teve uma reunião com a administradora de insolvência em que ficou assente que, “todas as empresas vão poder ficar com um custo reduzido que assegure o pagamento da água e da energia”.
O vereador adiantou ainda que, para sete das nove empresas sediadas no Spinpark, já foram encontradas alternativas de local para instalação. O maior problema prende-se com a empresa A2, um laboratório de análises químicas que, pela especificidade das instalações que necessita, não tem ainda uma solução.
Ricardo Costa informou que iria reunir com as empresas sediadas no Spinpark, no dia 15, para as tranquilizar com este acordo firmado com a administradora de insolvência que lhes permitirá ficar no edifício até serem encontradas soluções.
Domingos Bragança referiu como uma possibilidade a compra do edifício pela Câmara, quando este for colocado à venda, no âmbito da liquidação dos bens da Spinpark.