O jornal britânico The Times publicou, no passado sábado, um artigo sobre as várias vertentes turísticas e culturais da cidade de Guimarães, à qual cola a descrição de uma cidade “com charme antigo”, com praças repletas de “casas típicas do período medieval”, rodeada por “montanhas exuberantes”.
No artigo assinado pelo jornalista Norman Miller, é feita uma viagem a vários locais de eleição da cidade, sob a orientação do site vimaranense de divulgação cultural – FreePass Guimarães.
Norman Miller começa por destacar as “letras gigantes” que indicam “Aqui Nasceu Portugal”, comparando-as ao sinal de Hollywood, existente em Los Angeles, como caráter distintivo.
“Portugal nasceu aqui”, refere, recordando a batalha de São Mamede que terá dado início à fundação do país e da nacionalidade. “Quando as honras se mudaram para Coimbra e, posteriormente, Lisboa, Guimarães escorregou para uma obscuridade relaxada, deixando os turistas encaminharem-se para o Porto, a 40 quilómetros de distância”. Mas agora, refere, o turismo é cada vez maior no “berço de Portugal”.
Depois de ter visitado a cidade, há dez anos, Norman Miller destaca agora o centro nevrálgico da cidade, como o Largo do Toural, “ninho de património hereditário da UNESCO. ”
Classifica o centro histórico como um “desenrolar de ruas estreitas que se abrem para praças com casas medievais com retoques distintos”. “As exuberantes colinas (ao redor) acenam com trilhos arborizados e vistas panorâmicas, alcançadas por um teleférico antigo que se eleva serenamente até aos 600 metros do cume do Monte da Penha, coroado por uma impressionante igreja modernista da década de 1930”.
Miller fala em “vigor cultural” a percorrer as “veias históricas” da cidade, destacando a Plataforma de Artes e Criatividade e as “máscaras africanas e arte pré-Colombo” misturadas com “exibições intrigantes do século XXI”.
O Museu Alberto Sampaio, “com a cerâmica e a arte religiosa” e o Instituto de Design, “que serviu para recuperar uma fábrica abandonada”, são outros pontos destacados pela reportagem, para além da demografia relativamente jovem da sua população.
“Juntei-me à multidão jovem a beber cerveja artesanal na Rua Nova, que pareciam pender para uma ida ao clube Projecto”, conta, explicando que preferiu “jazz gratuito na Associação Convívio”. “É mais a minha cena”, escreve.
O repórter realça ainda o Hotel da Oliveira, situado num espaço onde a história “ecoa a riqueza do passado”.
A gastronomia também não foi esquecida, com Miller a garantir que em Guimarães “os visitantes nunca passam fome”. “Os menus saborosos do restaurante A Cozinha, o vinho verde, ou os secretos de porco preto”, são algumas das “delícias” não esquecidas na reportagem.
Palácio dos Duques e Castelo de Guimarães também integraram o roteiro do britânico.
A finalizar a peça, Miller refere que, em Guimarães, para onde quer que se olhe, “há beleza em todo o lado”. “Até nos céus, onde andorinhas se divertem em voos rasantes ao redor do castelo e do palácio, brincando acima das praças com ruas antigas. Sei que elas já foram embora, mas estou certo que voltarão, como eu”, finaliza.
Com uma circulação média diária de 396 mil exemplares, o The Times é um jornal britânico com sede em Londres, Reino Unido. Foi fundado em 1785 sob o título The Daily Universal Register, adotando seu nome atual a 01 de janeiro de 1788.