Um ano após o início da invasão russa da Ucrânia, a cidade de Guimarães continua a acolher cidadãos ucranianos que fogem da guerra. Desde o início do conflito, 243 cidadãos ucranianos foram acolhidos pela cidade, sendo que atualmente 142 deles residem em Guimarães, anunciou hoje a Câmara local.
A maioria dos refugiados “é composta por licenciados e mestres e muitos já conseguiram encontrar trabalho em diversas empresas e instituições de solidariedade social do concelho”, salienta a autarquia em nota enviada à imprensa.
“Outros ainda trabalham online para os empregos que tinham antes da guerra. As crianças e jovens foram integrados nas escolas locais e uma jovem já entrou na Universidade no Porto, enquanto outros continuam a frequentar cursos universitários online. Já os mais velhos estão aposentados”, refere a nota.
A autarquia salienta que apesar de terem encontrado um porto seguro em Guimarães, alguns cidadãos ucranianos decidiram regressar à Ucrânia ou rumar para outros países, principalmente por razões familiares: “Desde o início da crise, 99 pessoas deixaram Guimarães para regressar ao seu país ou para se estabelecer num outro lugar”.
“Apesar da diminuição no número de refugiados ucranianos que chegam a Guimarães, ainda existem pessoas que continuam a fugir da guerra e a procurar refúgio em Portugal. Guimarães continua a receber esses refugiados e a trabalhar para garantir que eles possam ter uma vida digna e próspera na cidade”, conclui a nota
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, há exatamente um ano, 8.006 civis mortos e 13.287 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.