O município de Guimarães definiu um Plano de Ação para a Cultura, que inclui uma ‘open call’ para ideias diferenciadoras adequadas ao atual quadro pandémico, como espetáculos à janela ou arte por correio, foi hoje anunciado.
Em comunicado, o município refere que para a ‘open call’, denominada “desCONFI(n)AR”, será disponibilizada uma verba de 50 mil euros para apoio até 10 projetos.
“Estando a maioria da população ainda em confinamento social, será aberta uma ‘call’ para propostas de trabalhos de comunidade e atividades culturais que se adequem à situação atual, com ideias diferenciadoras, como espetáculos à janela, arte por correio ou sons da cidade. Serão priorizados projetos que valorizem a cocriação comunitária e os processos colaborativos de criação”, explica.
O Plano de Ação para a Cultura, apresentado esta segunda-feira em reunião do executivo municipal, pretende, segundo a vereadora do pelouro, contribuir para que Guimarães “continue a ter a cultura no seu ADN” e para que os artistas locais “continuem a ter trabalho”.
“É isso que este plano prevê no imediato, colocar os nossos artistas a trabalhar para que a cultura continue a ser o aditivo de que necessitamos num tempo de crise”, referiu Adelina Pinto, citada no comunicado.
O município levará a cabo o processo de mapeamento do setor cultural, incluindo todos os artistas, equipas técnicas, empresas e profissionais de indústrias criativas, com o objetivo de obter um conhecimento “mais profundo e real” do setor, das suas problemáticas e a adequação de futuras medidas.
O mapeamento, acrescenta o comunicado, “abrirá oportunidades de colaboração entre áreas distintas, no sentido de alicerçar a resposta do município de Guimarães para a situação de crise provocada pela pandemia de covid-19”.
O mapeamento será complementado por um questionário a todas as associações culturais de Guimarães para avaliação dos efeitos da crise no setor, com duas preocupações centrais: situações específicas de efeitos orçamentais e efeitos na atividade regular da entidade.
No apoio à criação e atividade cultural serão analisadas todas as candidaturas submetidas até 29 de maio, no âmbito do Investimento Municipal em Projetos e Atividades Culturais, Territoriais e Artísticas.
A agenda cultural assentará na disponibilização digital de conteúdos.
“Serão captados em vídeo e áudio novos espetáculos contratados com recurso a empresas locais e aproveitar-se-á a circunstância atual para captação de espetáculos em locais improváveis, dando um caráter diferenciador e promovendo a cidade juntamente com os seus artistas”, lê-se ainda no comunicado.
Na plataforma, estarão, entre outros, espetáculos, exposições, visitas guiadas, conteúdos exclusivos e ‘behind the scenes’.
O município vai ainda acolher propostas para a programação das comemorações do “24 de junho – Dia Um de Portugal” e Gualterianas, com recurso a atividade cultural contratada a artistas vimaranenses, “com forte pendor simbólico e garantindo o cumprimento de todas as medidas de contenção impostas à data”.
“Todas as atividades previamente previstas de programação própria e de colaboração para os meses em falta de 2020 serão avaliadas perante a manutenção dos eventos e/ou a sua adequação às circunstâncias atuais, assim como a preparação do arranque do ano letivo 2020/2021 com programas educativos e de mediação que facilitem o regresso das crianças e jovens ao contexto escolar”, conclui o comunicado.
Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
O Governo aprovou na sexta-feira novas medidas que entram hoje em vigor, entre as quais a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.