Guimarães: Chama-se Zeus, pesa 2 toneladas e é o melhor exemplar de sempre de Raça Minhota

Foto cedida a O MINHO

Zeus tem cinco anos, mais de duas toneladas, um metro e 92 centímetros de altura. Criado na Quinta do Souto, em Ronfe, Guimarães, este boi castrado é o melhor exemplar de sempre da história da Raça Minhota.

A consagração chegou, no último fim de semana, na Feira Anual da Trofa, através da APACRA – Associação Portuguesa dos Criadores de Bovinos de Raça Minhota, que tutela esta raça autóctone, situada Entre Douro e Minho e que já esteve em vias de extinção.

“É um verdadeiro campeão. Desde que há registos até hoje, é o melhor”, congratula-se Carlos Sousa, proprietário da Quinta do Souto, em declarações a O MINHO.

Critérios genealógicos e morfológicos

João Sobreiro, secretário técnico da APACRA, confirmou ao nosso jornal que, de facto, Zeus “reúne todas as condições para ser o melhor animal castrado de Raça Minhota”.

Não só atualmente, mas de sempre, isto porque, “apesar de não haver muitos registos, em termos de registos fotográficos e da memória das pessoas, é o melhor exemplar castrado que apareceu até ao momento”.

Para receber tal reconhecimento, “há uma série de parâmetros morfológicos e genealógicos” a ser cumprida. “Primeiro tem de ser filho de pai e mãe de Raça Minhota, tem que obedecer aos critérios genealógicos, depois há os fatores morfológicos, além da condição física. Está muito bem tratado. Tudo isso conta para ser considerado o melhor exemplar que apareceu até ao hoje”, aponta João Sobreiro.

“É tratado como um rei”

“Já tive aqui os melhores exemplares de raças portuguesas, mas como este não tive nenhum”, garante o proprietário de Zeus.

“Não só pelo tamanho, mas pelas características morfológicas dele, bate esses recordes todos. É um orgulho, é criado como alguém da família. É tratado como um rei”, vinca o produtor da Quinta do Souto, que tem em criação perto de 100 animais da referida raça.

Carne de topo para os melhores restaurantes ibéricos

A Quinta do Souto cria animais para alimentação e trabalha para “um nicho de mercado de alta qualidade”.

“Vendemos carne de todo para os melhores restaurantes da Península Ibérica”, orgulha-se Carlos Sousa, explicando que, neste patamar, está-se a falar de carnes “nunca com menos de seis anos de idade e de raças autóctones portuguesas”.

Para já, Zeus continuará a desfilar a sua imponência em feiras e concursos, mas a restauração será o seu destino “na fase final de vida”.

“O futuro do Zeus – espero que distante – será um restaurante de topo”, Carlos Sousa.

Genética” e “sorte

E o que é preciso para criar um boi desta qualidade? “Genética” e “sorte”, responde o produtor vimaranense.

É preciso fazer uma “seleção genética ao longo dos anos” para escolher progenitores “com potencial”. Mas, mesmo assim, além de todo esse trabalho, é sempre preciso haver “alguma sorte à mistura”.

“O mesmo pai e a mesma mãe não dão sempre filhos iguais”, remata. E o Zeus é único.

 
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