O líder do PSD Guimarães, Bruno Fernandes, quer uma auditoria às contas da cooperativa Taipas Turitermas, na qual o município tem uma participação maioritária, para averiguar sobre as denúncias feitas pelo médico Hélder Pereira. Este cooperante denuncia que houve um conflito de interesses e fala mesmo de “um ilícito” dentro cooperativa.
Hélder Pereira denunciou, em 2018, que a esposa de Ricardo Costa, vereador pelo partido socialista e, à época, presidente da Taipas Turitermas, comprou uma clínica na freguesia, criando uma situação de conflito de interesses.
Segundo a acusação de Hélder Pereira, desde essa altura houve um desinvestimento na clínica da cooperativa, beneficiando o investimento da esposa do vereador.
Domingos Bragança, naquela altura, enviou o assunto para os serviços jurídicos da Câmara, mas sem consequências. O presidente acabou por reiterar a confiança no vereador Ricardo Costa, embora este tenha, entretanto, sido afastado da presidência da cooperativa.
Hélder Pereira afirma que fez a denúncia esperando por “uma auditoria ou uma inspeção que nunca aconteceu”.
A questão volta a vir à superfície, agora, em virtude de um processo que corre no Tribunal Trabalho, em que o secretário-geral da Taipas Turitermas, João Pedro Pereira, irmão de Hélder Pereira, acusa as direções da cooperativa de exercerem sobre ele perseguição e assédio, nomeadamente de terem esvaziado o lugar que ocupa de funções.
O presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, defende que o Município não tem capacidade legal para mandar fazer uma auditoria à Turitermas e remete os problemas para os órgãos da cooperativa. Por outro lado, Domingos Bragança desafia o PSD a enviar as denuncias para a justiça: “Quem levanta questões desta gravidade, não as vendo resolvidas nos órgãos sociais, deve remetê-las ao Ministério Público”.
Apesar das limitações legais invocadas pelo presidente da Câmara para não avançar com a auditoria, Bruno Fernandes compara a situação da Câmara à de um acionista maioritário de uma empresa, para dizer que a Câmara não se pode alhear de uma situação que “coloca em risco o bom nome da Câmara e do próprio presidente”.