O presidente francês Emannuel Macron disse, na terça-feira, que França irá bloquear o acesso às redes sociais a adolescentes com menos de 15 anos, dentro de “alguns meses”, caso a União Europeia não o faça.
“Precisamos proibir as redes sociais a menores de 15 anos”, disse o chefe de Estado francês, em entrevista ao canal televisivo France 2, no dia em que um jovem de 14 anos esfaqueou o supervisor de uma escola, em Nogent (Haute-Marne).
“Vou nos dar alguns meses para se iniciar uma resposta europeia. Caso contrário, […] começaremos a fazê-lo em França. Mal podemos esperar “, afirmou Macron naquela entrevista, citado pelo jornal Libération.
No mês passado, França já havia declarado querer que os adolescentes fossem obrigados a verificar a sua idade antes de se registarem nas redes sociais, sustentado-se na ideia de que existe uma “população jovem [que] foi afetada” por estas plataformas.
“Esta é uma responsabilidade europeia”, disse o presidente francês.
Antes, o governo já havia declarado querer “mobilizar os seus parceiros europeus” em torno de um “acordo europeu” para exigir às redes sociais que passassem a verificar a idade de adolescentes, sob pena de lhes serem impostas sanções.
“Redes sociais, antes dos 15 anos, são proibidas”, declarou a Ministra dos Assuntos Digitais ao jornal La Tribune Dimanche.
O presidente da República francês, que nomeou, no passado, uma equipa de especialistas para analisar a questão do uso de telas por adolescentes, já tinha defendido, há um ano, a proibição das redes sociais para menores de 15 anos e a proibição do telefone para menores de onze, segundo a mesma fonte.
Em 2023, foi aprovada uma “lei de maioria digital”, exigindo autorização dos pais para que adolescentes menores de 15 anos acedam às redes sociais, mas tal nunca entrou em vigor devido à falta de certeza sobre sua conformidade com a legislação europeia.
