O projeto “guarda-rios” da Vitrus Ambiente, em Guimarães, levou à identificação de 30 ocorrências relacionadas com poluição dos rios no concelho durante o mês de agosto, adiantou esta quarta-feira a O MINHO o administrador executivo daquela empresa municipal.
Lançado no passado dia 31 de julho, a coincidir com o Dia Mundial do Vigilante da Natureza, o projeto contempla uma nova equipa de “guarda-rios”, para “proteção dos cursos hídricos do concelho, designadamente o rio Ave e o rio Selho, mas também dos respetivos afluentes e margens”.
João Pedro Castro, administrador executivo da Vitrus Ambiente, explicou a O MINHO que durante o mês de agosto foram detetadas 30 ocorrências, “mas outras já aconteceram desde então”.
“Falamos essencialmente em ligações ilegais de saneamento, descargas ilegais e reposição ilegal de resíduos”, contextualiza o administrador, salvaguardando que “ainda nenhuma empresa” foi detetada a praticar alguma infração ambiental nesse sentido.
O responsável executivo explica que a maior parte destas ocorrências surge quando existem ligações ‘clandestinas’ que, ao invés de conectarem ao saneamento, estão ilegalmente ‘pirateadas’ rumo às linhas de água, acabando por chegar aos rios através dos veículos para as águas da chuva, e não para as ETAR, como é suposto. Grande parte destas ligações são de origem doméstica.
Por sua vez, as autoridades policiais são informadas para actuarem em conformidade e segundo as diretrizes da Agência Portuguesa do Ambiente, que é quem define o valor da coima a pagar pelos infratores.
Fiscalizar extração ilegal de areia e aferição dos parâmetros qualitativos do estado dos rios, como o cheiro, cor, se tem espuma, se tem resíduos, se o escoamento está obstruído, entre outros, também fazem parte das funções desta nova equipa ambiental.
Em jeito de balanço, João Pedro Castro revê-se no sucesso do programa. “Está a correr muito bem, temos estado no terreno junto da população, com um trabalho que tem duas vertentes”: identificar e sensibilizar, explicou.
“O trabalho passa por identificar as inconformidades que podem criar problemas à biodiversidade nas margens dos rios, mas também por uma vertente de sensibilização e atitude pedagógica por entre a população”, acrescentou.
Em jeito de conclusão, o administrador deixa o desafio: “Pretendemos que cada um de nós seja um guarda-rios e proteja a nossa biodiversidade”.