Um grupo de amigos da ribeira de Viana do Castelo decidiu recriar uma tradição de infância, promovendo um mergulho no cais para “relembrar tempos de muita felicidade”, disse hoje à Lusa o responsável pela iniciativa.
“A ideia surgiu para relembrar os dias felizes que vivemos quando eramos miúdos. Foram tempos de muita brincadeira e amizade. De manhã jogávamos futebol no campo da Agonia, à tarde dávamos um mergulho no cais e, à noite, jogávamos às escondidas no Castelo Santiago da Barra”, adiantou à agência Lusa Hugo Castro, hoje com 33 anos.
O autor do evento criado no Facebook ‘Remember mergulho no cais’ nunca pensou “as proporções” que a iniciativa ganhou quando, em 2017, convocou, “pela primeira vez, os amigos de infância”.
“O ano passado participaram cerca de 30. Este ano, já são mais de 50 e, alguns, vão trazer os filhos para lhes mostrarem como nos divertíamos naqueles tempos”, adiantou.
O segundo “encontro de gerações” consta da agenda cultural, editada mensalmente pela Câmara de Viana do Castelo. Na publicação, o município especifica que o evento se dirige a “todos aqueles que aprenderam a nadar e nadaram no cais da ribeira”.
O mergulho no cais de Viana do Castelo está marcado para dia 28, pelas 15:30.
“Convoco todos os que nasceram e cresceram na nossa ribeira a dar um mergulho no nosso cais onde todos, um dia, fomos felizes e vivemos momentos fantásticos”, lê-se na publicado do grupo.
Hugo Castro explicou que a “forte” adesão á iniciativa já o levou a reunir com a capitania de Viana do Castelo para “prevenir” eventuais riscos da iniciativa.
“Só queremos conviver uns com os outros, manter vida a amizade que nos une há muitos anos e recordar os dias felizes que vivemos. Não queremos que ninguém se magoe. Hoje em dia, muitos só nos encontramos nas festas da Senhora da Agonia, na noite da confeção dos tapetes floridos confecionados em honra da padroeira dos pescadores. Esta é uma forma de mantermos a ligação”, sustentou.
Funcionário do centro comercial da cidade, Hugo Castro lamentou que a vida na ribeira não seja como nos tempos de criança.
“A ribeira já não tem o encanto desses tempos. Muitos dos que lá nasceram saíram, há poucos jovens e mais idosos. Apesar de ribeira estar mais modernizada que compra lá casa não tem ligações à ribeira”, afirmou.