Grupo de Guimarães já consegue ter várias horas de autonomia graças à energia limpa

Primeira empresa a fazer etiquetas têxteis no Vale do Ave celebra 50 anos a inovar

O Grupo Costa Guerreiro está a celebrar 50 anos de existência, ao longo de 2022. A empresa , fundada em 1972, foi a primeira no Vale do Ave a produzir passamanarias e etiquetas tecidas. Meio século depois, a trajetória de aposta na inovação continua, nomeadamente ao nível das fontes de energia.

Em 2021, com os custos da energia a subir a empresa de artes gráficas, de Guimarães, decidiu fazer uma aposta nas energias renováveis. “Foi uma decisão relacionada com a necessidade de baixar os custos com a fatura da energia, mas também por preocupações ambientais”, afirma o CEO do grupo, Pedro Guerreiro. O empresário reconhece que este é cada vez mais um fator diferenciador junto dos clientes, “principalmente nos mercados internacionais”.

Uma poupança de 30% no verão

Atualmente, os painéis fotovoltaicos cobrem 70% da superfície da cobertura da unidade industrial, em Pencelo. “Quando começamos a projetar o investimento, estava previsto utilizar toda a área disponível, contudo, apesar de ter passado pouco tempo, surgiram no mercado novos painéis que têm o mesmo rendimento ocupando uma área menor”, explica Pedro Guerreiro. Com um investimento de 200 mil euros a Costa Guerreiro consegue uma poupança de eletricidade de 30%, nos meses de verão e de 15%, no resto do ano. “Em alguns horários, durante os dias de verão, a unidade é autossuficiente. Mas, como trabalhamos de segunda a sexta-feira, 24 horas por dia, principalmente durante a noite, ainda somos muito dependentes da rede”, esclarece Pedro Guerreiro. “Apesar desta poupança, não há um reflexo no valor das faturas, porque, entretanto o preço da energia elétrica disparou”, comenta.

Há 50 anos, foi a primeira empresa a fazer etiquetas tecidas, no Vale do Ave. Foto: Costa Guerreiro

Aos fins de semana, quando a fabrica pára e a produção de eletricidade é largamente excedentária, o objetivo é vende-la à rede. “Só não estamos a fazer isso ainda porque a burocracia na Direção Geral de Energia e Geologia leva muito tempo a ultrapassar”, queixa-se. Satisfeito com o resultado do investimento, Pedro Guerreiro já tem prevista uma segunda fase para a instalação de painéis nos 30% da cobertura ainda disponíveis, “que deve acontecer até ao final do ano”. 

50 anos de um negócio familiar

A Guerreiro e Companhia, Lda, abriu portas, a 22 de fevereiro de 1972. O negócio foi um projeto familiar de Emídio e Maria da Conceição Guerreiro, a que o filho mais novo do casal, Pedro Guerreiro, deu continuidade. A empresa veio dar resposta a uma lacuna que existia no setor têxtil: a produção de etiquetas e passamanarias (fitas e cordões tecidos). Com a chegada de Pedro Guerreiro ao negócio, nos anos 90,  iniciou-se um salto tecnológico e uma aposta na inovação que se mantém até hoje. À primeira empresa juntou-se, em 1990, a Costa Guerreiro, dedicada às artes gráficas,  sempre orientada para o apoio à industria têxtil do Vale do Ave. Esta empresa especializou-se na produção de etiquetas em cartão e outros produtos gráficos e de embalagem para a têxtil. 

Pedro Guerreiro a receber o reconhecimento do envolvimento da empresa nas causas sociais, na Gala da CERCIGUI. Foto: Costa Guerreiro

O desenvolvimento e a procura de novos mercados, bem como a vontade de estar próximo dos clientes, para poder oferecer um serviço melhor, fizeram com a estas duas empresas se juntasse a marca Errelabels, com sucursais e Espanha e no Brasil.

Atualmente com 140 funcionários, a empresa é conhecida pelo seu forte envolvimento social, no apoio a instituições como os Bombeiros Voluntários de Guimarães, a CERCIGUI e as modalidades amadoras do Vitória Sport Clube. A Costa Guerreiro tem sido distinguida com vários prémios (PME Líder, PME Excelência, Empresa do Ano APIGRAF/ Millenium BCP E Empresa do Ano Exame) e certificações como a FSC (produtos de florestas bem geridas), Oeko-Tex (têxteis testados quanto à presença de substâncias nocivas) e GRS (que verifica o conteúdo reciclado dos produtos usados e se são seguidas práticas sociais, ambientais e químicas responsáveis).

 
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