O movimento “Vianenses pela Liberdade” anunciou o cancelamento da tourada prevista para domingo, em Viana do Castelo, mas garantiu que “não vai desistir” de promover corridas na cidade que se declarou antitouradas.
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O porta-voz do grupo pró-tourada afirmou que a corrida de touros prevista para domingo, no último dia das festas da Senhora da Agonia, “só foi cancelada porque a previsão meteorológica dá chuva” para esse dia, e garantiu que “não vai desistir” das touradas em Viana do Castelo.
“Ainda estamos a ganhar 3-1. A Câmara de Viana do Castelo riu-se uma vez, mas já nos rimos três vezes”, disse José Carlos Durães.
A reação do responsável do movimento local surge na sequência da decisão, na sexta-feira, do Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga (TAFB).
Em comunicado, na sexta-feira, a Câmara Municipal de Viana do Castelo adiantou que o TAFB declarou “totalmente improcedente” a ação para proteção de direitos, liberdades e garantias movida, na segunda-feira passada, por movimento local, por considerar haver “violação” de vários regimes de ordenamento do território.
“O tribunal só não permitiu a montagem da arena amovível por se tratar de terrenos agrícolas. Nós ainda tivemos a oportunidade de montar a estrutura noutro local mas está prevista muita chuva para domingo, e não queremos perder mais dinheiro. Não pensem que vamos desistir”, disse José Carlos Durães.
Na semana passada, aquela autarquia justificou o indeferimento para a montagem daquela estrutura em terrenos privados da Veiga de Areosa com o “incumprimento” dos regimes da Reserva Ecológica Nacional (REN), da Reserva Agrícola Nacional (RAN), do Plano Diretor Municipal (PDM), da Rede Natura 2000 e do Plano Ordenamento Costeiro (POC), entre Caminha e Espinho.
No indeferimento, a autarquia da capital do Alto Minho, liderada pelo socialista José Maria Costa, adiantou que o terreno em causa “está também em perímetro de emparcelamento da Areosa, Carreço e Afife”.
Já na terça-feira aquele movimento foi forçado a cancelar uma tourada com anões, prevista para quinta-feira, para a mesma estrutura, por não haver decisão judicial.
Aquele movimento local foi criado em 2009, depois de a câmara de então ter aprovado, por proposta da maioria socialista, uma declaração afirmando Viana como “antitouradas”, a primeira do país.
Em 2012, para contrariar aquela a decisão, a Federação Portuguesa das Associações Taurinas “Prótoiro” realizou em agosto de 2012 uma tourada no concelho, a primeira depois da aprovação daquela declaração municipal, corrida que se repetiu em 2013.
O ano passado, já com organização do movimento “Vianenses pela Liberdade”, a corrida inicialmente prevista para 24 de agosto foi adiada para 07 de setembro “devido a problemas administrativos criados pela Câmara de Viana do Castelo”.
Desde 2012 que as touradas têm decorrido em Viana do Castelo porque o TAFB aceita as providências cautelares apresentadas pelos movimentos de aficionados, para suspender os indeferimentos municipais.
Face ao cancelamento da corrida de touros, um grupo antitouradas local desmarcou a manifestação que tinha marcado, em defesa dos direitos dos animais, para a hora e local da tourada.