Quatro cantinas escolares do concelho de Fafe estão encerradas, esta segunda-feira, devido à greve de âmbito nacional das cozinheiras contra vínculos precários e exigindo o reforço do pessoal.
No concelho de Fafe, encontram-se encerradas as cantinas das escolas Carlos Teixeira e EB 2,3 de Silvares São Martinho, do Agrupamento de Escolas Carlos Teixeira, e as de Montelongo e EB 2/3 Padre Joaquim Flores em Revelhe, do Agrupamento de Escolas de Montelongo.
Em greve encontram-se 14 funcionárias da Uniself, empresa que estas consideram não estão a cumprir o caderno de encargados assinado com a DGEsTE (Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares).
“Queremos um contrato de início ao final do ano letivo e não um contrato com termo incerto, como eles nos querem pôr a assinar, porque a termo incerto a qualquer altura vamos embora e não foi isso que eles assinaram no caderno de encargos com a DGEsTE”, refere a O MINHO Paula Freitas, cozinheira da escola de Montelongo.
“Queremos mais pessoas, porque metade das nossas colegas do ano passado não foram chamadas. Resumindo, estamos com o mesmo número de refeições do ano passado, mas com metade do pessoal”, critica Paula Freitas.
“Queremos, no fundo, que a empresa cumpra com o caderno de encargos que assinou com a DGEsTE no início do ano letivo”, salienta, lamentando a falta de resposta da empresa. “Chegou ao ponto de não nos atenderem. Ninguém nos dá uma justificação”, realça.
Empresa justifica com pandemia
Em comunicado, a Uniself afirma que, “ao longo dos 39 anos de atividade tem mantido todos os compromissos legais para com os seus trabalhadores”, realçando que, “no âmbito do contexto pandémico que o país e o mundo atravessam, e apesar da quebra de faturação decorrente do encerramento parcial das escolas em março e das atuais quebras significativas nos refeitórios escolares, a prioridade da empresa é manter os mais de 3500 trabalhadores que emprega, dos quais 1.500 estão afetos às cantinas dos estabelecimentos de ensino”.
“A manutenção dos postos de trabalho mantém-se como a nossa prioridade apesar dos tempos de incerteza e das quebras de afluência que temos vindo a registar nas cantinas escolares, devido a aulas de manhã ou à tarde, os alunos não almoçam. Em vários estabelecimentos, estamos a registar quebras de afluência aos refeitórios na ordem dos 50%, o que obriga a uma nova gestão de modelos e processos, na tentativa de evitar despedimentos”, adianta a Administração da Empresa.
A Uniself considera, ainda, que “os contratos a prazo estabelecidos com os trabalhadores vão ao encontro das características dos serviços prestados e que no caso dos refeitórios escolares terminam em junho, em conformidade com o período escolar estabelecido pelo Ministério da Educação. Nestas situações, a Uniself assegura o pagamento da caducidade dos contratos”.
A empresa defende, ainda, que tem “tido uma aposta clara nos recursos humanos através das atualizações salariais e da formação das suas equipas. Recorde-se que em 2020 aumentou em 5,83% o ordenado mínimo dos escalões mais baixos, com vista a propor uma proposta salarial justa e equilibrada”.
Já na semana passada, as cozinheiras das escolas de Barcelos haviam feito greve, concentrando-se à porta da Câmara Municipal, pelos mesmos motivos.
Notícia atualizada às 12h48 com comunicado da Uniself.