A ação de protesto convocada para esta sexta-feira através das redes sociais para um dia de “greve ao combustível” não está a ter repercussão no centro da cidade de Braga, apurou O MINHO junto de vários postos de abastecimento. Em alguns dos casos, como na Galp, foi até notada uma maior adesão em relação aos restantes dias da semana. Já nas bombas de saída e entrada de Braga também foi notado um aumento, mas de camionistas. Nenhum dos postos notou uma descida do habitual.
O MINHO esteve em postos da GALP, BP, Repsol, CEPSA e Shell, e constatou que os mais de 450 mil aderentes ao grupo de protesto não foram suficientes para criar uma ‘onda’ de contestação à subida do preço do gasóleo e da gasolina, que se tem verificado ao longo das últimas 30 a 35 semanas no país.
Nos postos GALP da Avenida João XXI, não foi notada qualquer diferença, antes pelo contrário. Fonte da gasolineira disse à nossa reportagem que “até houve um aumento de procura” durante a manhã. “Há algumas pessoas que mencionam a greve, mas abastecem na mesma, contestando o preço do combustível”, disse a fonte.
Também nos postos da BP na mesma avenida, que liga as rotundas da Rodovia e do Santos da Cunha, não houve observância de “menor movimento”. Fonte disse a O MINHO que a manhã foi “normal, nem mais, nem menos”. A BP tem estado no centro das atenções por ter já ultrapassado o valor de 2 euros por cada litro de gasolina 98, valor registado no distrito de Beja.
Já nas bombas CEPSA da Rua do Caires (ao lado da estação de comboios) e nas que servem os acessos às autoestradas, o movimento tem sido “constante” durante toda a manhã, disseram fontes daqueles postos. “Há clientes que começam a reclamar por causa do preço, mas nenhum mencionou qualquer greve”, disse uma das fontes.
Nos postos SHELL, por sua vez, também não se tem notado qualquer protesto. Nos dois postos que servem a Avenida Cidade do Porto, entre a rotunda Santos da Cunha e a zona da Bosch, também não houve diminuição no abastecimento, mas houve uma alteração, de acordo com uma das fontes. “Hoje temos notado um aumento no número de camionistas em relação aos restantes dias da semana”, assegurou a O MINHO.
Por sua vez, os postos de abastecimento da REPSOL junto aos campos da Rodovia, também registaram o mesmo movimento habitual dos restantes dias da semana, sem ‘qualquer greve à vista’. “Não se tem notado nada”, disse uma das fontes.
O grupo “Greve aos Combustíveis”, no Facebook (acesso só por convite), que já conta com cerca de 345 mil aderentes, pretende que ninguém abasteça as viaturas durante toda esta sexta-feira.
De acordo com uma publicação da administração do grupo, esta ‘convocatória’ pretende ser um teste para protestos futuros, com o último objetivo de “ir para a rua”.
Os preços dos combustíveis voltam a aumentar na segunda-feira. A subida deverá rondar um cêntimo e meio na gasolina e no gasóleo, avança a SIC, citando fonte do setor.
A mesma fonte explica que o aumento acontece por causa da subida de preço produtos refinados nos mercados internacionais.
A escalada do preço dos combustíveis tem-se feito sentir com grande intensidade no país, levando a valores nunca antes registados. Em alguns pontos do país, a BP já está a vender gasolina 98 especial acima dos 2 euros por litro, algo nunca visto em Portugal.
Pelos distritos de Braga e Viana do Castelo, ou seja, pelo Minho, a mesma empresa colocou o preço a 1,999 euros, não chegando a passar a marca ‘proibitiva’. Ao que apurou O MINHO, a subida desta semana superava esse valor, mas a empresa decidiu manter-se abaixo das duas unidades de euro em todos os postos da região.
E se a gasolina está com valores tão altos, o mesmo pode dizer-se do gasóleo, embora existam ainda 23 postos que o vendem a menos de 1,5 euros por cada litro, 20 no distrito de Braga e 3 no de Viana. E oito deles aparecem duas vezes na lista, por venderem o gasóleo especial também abaixo dessa marca. Pode consultar a lista elaborada por O MINHO aqui.