O secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Reis Francisco, garantiu hoje no Parlamento que o prazo para as ligações ferroviárias de alta velocidade Braga-Valença e Porto-Lisboa “continua a ser 2030”, contrariando o que apontava a oposição durante um debate sobre “O Estado do Transporte Ferroviário em Portugal”, proposto pela Iniciativa Liberal.
Para o governante, citado pelo Jornal de Notícias, “os projetos mais importantes” foram lançados “atempadamente” pelo Governo “e as coisas estão a prosseguir dentro do calendário para que a maior parte das obras esteja pronta em 2028”. Apesar de ter reconhecido “problemas”, a convicção é de que as obras fiquem “prontas em 2030”.
“Temos obras que atrasaram, temos falta de pontualidade provocada em boa parte por termos parte da rede em obra, temos linhas onde o serviço é fraco, temos comboios antigos e desconfortáveis para passageiros e trabalhadores”, admitiu, lembrando, contudo, que há “mais de 400 quilómetros de linhas por todo o país em obras de modernização”.
Durante o debate, a IL defendeu privatização ou subconcessão da CP, mas a ideia não colheu perante os outros partidos.
Em setembro de 2022, o na altura ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, anunciou que a nova linha de alta velocidade Porto-Lisboa vai permitir fazer a viagem entre Braga e Lisboa em cerca de duas horas. “Braga ficará a duas horas [de Lisboa]”, garantiu, na apresentação do projeto.
O plano contempla ainda a construção de duas novas estações no Minho – em Braga e Valença. A obra será feita em duas fases, sendo que a partir de 2026 será iniciada a construção da linha de alta velocidade entre Braga e Valença, mas também entre o Porto e o Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Esta primeira fase da obra deverá terminar em 2030.
Em 2030, arranca a empreitada para construir a linha entre o aeroporto e a nova estação de Braga. Contudo, como informou Carlos Fernandes, do Conselho de Administração da Infraestruturas de Portugal (IP), o avanço das obras será decidido em articulação com Madrid. “Só poderemos começar a construir quando Espanha começar a construir”, ressalvou na altura Carlos Fernandes.
Carlos Fernandes avançou que a nova linha de alta velocidade terá via dupla e ligará o Porto e Lisboa numa hora e 15 minutos.
“Esta linha estará totalmente integrada com o resto da rede ferroviária nacional. As cidades [do Porto e de Lisboa] serão servidas nas estações centrais”, disse Carlos Fernandes, da IP.
A construção está dividida em três fases, estando a primeira, o troço entre Porto e Soure, prevista concluir até 2028.
Neste que é, disse o responsável, o “troço mais congestionado da Linha do Norte”, o tempo de percurso estimado será de uma hora e 59 minutos.
O segundo troço, entre Soure e Carregado, que deve estar concluído até 2030, e deverá diminuir o tempo de percurso para uma hora e 19 minutos.
A terceira fase, entre Carregado e Lisboa, “será construída mais tarde”, disse Carlos Fernandes, e permitirá atingir a duração final de uma hora e 15 minutos de toda a ligação.
Carlos Fernandes garantiu, ainda, que estão previstas “múltiplas ligações” entre a linha de alta velocidade e o resto da rede ferroviária.