Governo realça aposta nos espaços de ‘coworking’ para revitalizar o interior

Economia

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, valorizou hoje em Oliveira do Hospital a criação dos espaços de ‘coworking’ como uma das apostas para revitalizar o interior de Portugal.

Estes espaços, onde “as pessoas podem trocar ideias e fazer projetos”, estão abertos 24 horas do dia, nos sete dias da semana, e “não se destinam só aos nómadas digitais”, afirmou.

Ao intervir na inauguração do Espaço Cooperativa Cowork de Alvoco das Várzeas, naquele concelho do distrito de Coimbra, Ana Abrunhosa realçou que, neste caso, “é mais um passo muito importante” no trabalho da Associação de Desenvolvimento Integrado da Rede das Aldeias de Montanha (ADIRAM) e “respeita tudo o que são as tradições”, sem deixar de “introduzir modernidade e inovação”.

“São projetos que se fazem com muito poucos recursos. Começámos com 57 e hoje já temos 88”, sublinhou, indicando que a sua concretização “não seria possível sem um importante trabalho em rede”.

Para Ana Abrunhosa, “não há coesão territorial sem fazermos este trabalho”, que permite “valorizar as aldeias, voltando a dar-lhes centralidade”.

A propósito, a ministra da Coesão Territorial defendeu a necessidade de “contar com o trabalho conjunto” dos autarcas e dos empreendedores, para assegurarem que, complementando a função das unidades de ‘coworking’, os seus utilizadores tenham habitação, bem como serviços de saúde, educação, cultura e transportes.

Salientando que estas políticas de revitalização do interior do país são “um grande objetivo da coesão territorial no próximo quadro comunitário de apoio”, Portugal 2030, preconizou “soluções à medida dos problemas” das populações.

“Temos de inverter totalmente o critério do número de pessoas ou da folha de ‘Excel’”, frisou.

Reconhecida como cidadã do município de Oliveira do Hospital, em atenção ao seu trabalho, então como presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), no processo de reconstrução que se seguiu aos incêndios de 15 de outubro de 2017, Ana Abrunhosa, num momento mais informal, disse que “não vale a pena viver a vida se ela não for feita com afetos e amizades”.

“O progresso não se faz sem dor”, afirmou, por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, que está a terminar o terceiro mandato e que dentro de alguns dias será substituído no cargo por José Francisco Rolo, eleito também pelo PS.

José Carlos Alexandrino referia-se à necessidade de as administrações central e local continuarem a investir no desenvolvimento do interior, desde logo com a criação de mais espaços de ‘coworking’.

“A qualidade de vida está mais aqui do que naqueles bairros das grandes cidades”, enfatizou.

Na sessão, em que esteve presente a presidente da CCDRC, Isabel Damasceno, intervieram ainda o presidente e a secretária executiva da ADIRAM, Francisco Rolo e Célia Gonçalves, respetivamente, e o presidente da Junta de Freguesia de Alvoco das Várzeas, Agostinho Marques.

 
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