O Governo português vai assumir o repatriamento humanitário do emigrante de Braga que tem um cancro terminal e cuja família estava a tentar trazê-lo da Alemanha, mas não tem dinheiro para a viagem com acompanhamento médico.
“Ainda não sabemos em que condições poderá ser repatriado, mas estamos a recolher informações para tratar do repatriamento por condições humanitárias. Não é uma questão de não haver cuidados médicos na Alemanha, mas é uma doença terminal. Por isso, por motivos humanitários, estamos a considerar a possibilidade de apoiar o repatriamento”, afirmou ao Jornal de Notícias (JN) a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes.
Como O MINHO noticiou, Cristina Vicente, mulher de José Ferreira, lançou um apelo nas redes sociais para ajudar a trazer para Portugal o marido, emigrante na Alemanha, que se encontra com um cancro terminal.
A viagem de regresso, com acompanhamento médico, custa cerca de seis mil euros, dinheiro que a família não tem e por isso lançou o apelo para o tentar angariar.
Conforme a mulher relata ao JN, José Ferreira foi diagnosticado no dia 12 de janeiro com um cancro no fígado em estado avançado. Agora, cerca de um mês após, o hospital em Munique onde está internado diz que “não há mais nada a fazer” e vai-lhe dar alta esta quarta-feira.
Ora, a família quer trazê-lo para Portugal, mas a viagem com acompanhamento médico “custa seis mil euros”.
Segundo a esposa, José Ferreira começou a sentir-se mal nas férias de Natal e, no dia 17 de dezembro, foi ao Hospital de Braga, mas regressou a casa no próprio dia.
Ter-lhe-ão dito que “eram gases”, relata. Por seu lado, o Hospital de Braga, em resposta ao JN, esclarece que, “após resolução do episódio” que o utente à unidade hospitalar, “o mesmo foi informado que deveria ser acompanhado pelo seu médico assistente” ou, em caso de novo episódio, regressar à Urgência.
Mas José Ferreira não voltou ao hospital, apesar de nos dias seguintes manter os sintomas e no dia 11 de janeiro regressou à Alemanha. No dia seguinte, após consulta com a médica de famíla alemã foi logo internado.
“Quero aqui o meu marido para, pelo menos, eu e a minha filha nos despedirmos”, resigna-se Cristina Vicente, que agora tem o Governo a garantir o repatriamento.