O Governo certificou o Caminho Português de Santiago Interior, que se estende de Viseu a Chaves em território nacional, no âmbito de um trabalho de reconhecimento e preservação do património cultural e natural, foi hoje anunciado.
A portaria que certifica este caminho foi assinada pelas secretárias de Estado do Turismo, Rita Marques, e Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira.
O Caminho Português de Santiago Interior contempla uma extensão de 214 quilómetros e guia os peregrinos por oito municípios, desde Viseu, Castro Daire, Lamego, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Vila Real, Vila Pouca de Aguiar a Chaves.
Já em Espanha, segue por Verim e liga, posteriormente, à Via da Prata, e finalmente a Santiago de Compostela.
Os Caminhos de Santiago, que atravessam Portugal de sul para norte, são seguidos pelos peregrinos há séculos e têm como destino a Catedral de Santiago de Compostela, em Espanha.
“Os Caminhos de Santiago são de uma grande importância pois contribuem para a diversificação da nossa oferta turística e ajudam a desenvolver a atividade do turismo ao longo de todo o ano e por todo o território nacional, dois objetivos estratégicos que temos inscritos na nossa Estratégia de Turismo (ET) 2027”, afirmou Rita Marques, citada num comunicado conjunto das duas secretarias de Estado.
Para Ângela Ferreira, “este trabalho vem, uma vez mais, demonstrar o lugar cimeiro do património cultural, reflexo da história na sua dimensão de encontro, diálogo e diversidade e, simultaneamente, rica em cooperação no interior do território e no que projeta para o mundo e, em particular, para a experiência do património europeu”.
“Seguimos, por isso, com muito empenho, a certificação deste segundo itinerário do Caminho Português de Santiago, aos quais esperamos que outros se juntem a breve prazo”, acrescentou a secretária de Estado do Turismo.
Esta certificação insere-se no âmbito de um “trabalho integrado de reconhecimento e preservação do património cultural e natural associado ao Caminho de Santiago”.
O Governo explicou que a “definição do itinerário é apoiada em estudos publicados, trabalho de campo e pesquisa documental, o que inclui levantamentos do património cultural material e imaterial associado à peregrinação e culto jacobeu, onde se destacam as 24 igrejas ou capelas com orago São Tiago e os cinco albergues e hospitais históricos”.
O plano de gestão contempla ações a desenvolver, entidades executoras, estimativa orçamental e calendário de execução, estando ainda previsto adaptar a sinalização existente e desenvolver uma rede de pontos de abastecimento de água potável.
Este é o segundo trajeto certificado, depois do Caminho Português de Santiago Central – Alentejo e Ribatejo, um processo que se iniciou em 2019 e cujo objetivo é a certificação dos itinerários que constituem o Caminho de Santiago em território nacional.
Para este efeito, foi criado um órgão de coordenação de âmbito nacional, a Comissão de Certificação, composta por quatro membros, com competências técnicas na área da cultura ou do turismo, que é responsável pela análise das candidaturas, e um conselho consultivo, onde se encontram representadas as áreas da Administração Pública central e regional com relevância neste processo, além do representante da igreja católica e das associações de peregrinos.
De acordo com o comunicado, estão em curso, em “diferentes estados de desenvolvimento”, outros processos de certificação de itinerários, que visam reforçar a rede de itinerários do Caminho de Santiago em Portugal, de Sul a Norte do país.