O Governo vai abrir formalmente os processos de contratação de 1.180 especialistas para os hospitais e centros de saúde, 25% das quais com incentivos monetários, anunciou hoje o ministro da Saúde, em Vila Nova de Gaia.
“Não se podia desejar maior celeridade, os exames dos especialistas que acabaram a primeira época foram homologados na passada segunda-feira e foram sexta-feira assinados os despachos que permitem a sua contratação e o lançamento dos concursos de imediato”, salientou Manuel Pizarro.
De imediato, de acordo com o titular da pasta da Saúde, “quer dizer a partir da próxima terça-feira, havendo vagas para contratar todos os especialistas dos hospitais, portanto, há espaço para todos os recém-especialistas” e foram abertas “978 vagas na medicina geral e familiar, sendo que o número de candidatos potenciais é de cerca de 300”.
“Infelizmente ainda não há candidatos para que todas estas vagas sejam ocupadas, a nossa expectativa é contratar cerca de 250 médicos de família e à volta de 800 médicos nos hospitais”, sendo que “em todos os sítios onde há portugueses sem médico de família foi aberto uma vaga para contratação”, disse.
Segundo Pizarro, “cerca de um quarto das vagas, 275 são vagas com uma bonificação salarial, as chamadas vagas carenciadas”.
Estas vagas carenciadas destinam-se a “todos os hospitais das zonas do interior onde é mais difícil o recrutamento”.
“Os profissionais que vão para esses hospitais terão um benefício das vagas carenciadas. Nos agrupamentos dos centros de saúde o critério para atribuição destas vagas são aqueles onde 25% das pessoas ou mais não têm médico de família”, referiu o ministro.
Esta é “a forma que encontrámos de procurar atrair médicos para os locais onde o exercício da profissão é mais difícil e mais duro”, sublinhou.
“Vamos, seguramente, mitigar uma parte dos problemas, mas estamos confrontados, ainda este ano, com uma vaga de reformas muito grande, nestes últimos anos assistimos à reforma dos grandes cursos médicos da segunda metade dos anos 70, ainda são anos com algumas dificuldade em que ainda é difícil compensar as saídas pelas entradas, mas é um sinal muito importante”, acrescentou Manuel Pizarro.
No que diz respeito à área hospitalar, o despacho assinado na sexta-feira prevê um reforço de 179 médicos, que correspondem a necessidades específicas em especialidades que não asseguram serviço de urgência.
No caso dos hospitais, está a decorrer a contratação direta, no âmbito da autonomia de cada hospital, de todos os médicos necessários para as especialidades que estão presentes nos serviços de urgência, podendo ser contratados, no limite 1.562 médicos, que correspondem à grande maioria das necessidades.
Com este mecanismo, foi possível reduzir em mais de três meses o tempo de espera entre o momento em que os jovens médicos terminaram o seu internato médico na época normal de 2023 e a contratação pelas unidades hospitalares.
Os novos concursos alteram também o paradigma até agora existente, procurando conjugar as necessidades do país com as expectativas dos profissionais, com o objetivo de aumentar o número de jovens especialistas que ficam no SNS, mas também de atrair médicos que tinham saído do sistema nos últimos anos, segundo o despacho.
Desta forma, alguns dos médicos de família vão poder trabalhar, em mobilidade, em locais mais carenciados, até ao final de 2025, altura em que terão a opção de continuar a trabalhar na unidade de saúde onde serão agora colocados ou de regressar a outra zona de maior conveniência pessoal ou familiar e que fica desde já definida.
Os diplomas assinados na sexta-feira, que autorizam as contratações, identificam as vagas que serão colocadas a concurso e os lugares designados como carenciados serão publicados em Diário da República no dia 02 de maio.
O ministro da Saúde falava aos jornalistas à margem de uma visita às obras do metro junto ao Hospital de Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, onde o metro deverá chegar no primeiro trimestre de 2024.
“Esta ampliação da Linha Amarela do metro do Porto, uma operação absolutamente impressionante do ponto de vista da engenharia, será concretizada nos prazos que estavam contratados. Foi-me hoje confirmado que teremos metro em operação nesta linha até ao hospital de Vila Nova de Gaia já no primeiro trimestre do próximo ano”, disse Manuel Pizarro.
“É um serviço inestimável ao hospital, aos doentes que o hospital serve e aos profissionais que aqui trabalham”, considerou.